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Cineasta palestino indicado ao Oscar foi detido nos EUA

Burnat, co-diretor do filme "Five Broken Camaras", indicado ao prêmio de Melhor Filme Documentário , ficou detido durante uma hora e meia no aeroporto Los Angeles


	O diretor de cinema palestino Emad Burnat: cineasta palestino referiu-se ao incidente como um acontecimento "desagradável"
 (AFP/ Larry Busacca)

O diretor de cinema palestino Emad Burnat: cineasta palestino referiu-se ao incidente como um acontecimento "desagradável" (AFP/ Larry Busacca)

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Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2013 às 20h12.

Los Angeles - O diretor de cinema palestino Emad Burnat foi detido no aeroporto de Los Angeles, onde desembarcou para assistir, no domingo, à entrega do Oscar, para o qual seu último filme foi indicado, informou o cineasta Michael Moore.

Burnat, co-diretor com o israelense Guy Davidi do filme "Five Broken Camaras", indicado ao prêmio de Melhor Filme Documentário na 85ª edição dos Prêmios da Academia, ficou detido durante uma hora e meia em uma área de espera do aeroporto LAX de Los Angeles, junto com sua esposa e seu filho de oito anos, segundo Moore.

"Apesar de ter apresentado o convite para a cerimônia do Oscar, isso não foi suficiente para as autoridades, que o ameaçaram de enviar de volta à Palestina", disse Moore em seu Twitter ao relatar o incidente que ocorreu terça-feira à noite.

"Os agentes de Imigração e Alfândega não puderam entender como um palestino poderia ter sido indicado ao Oscar. Emad me enviou uma mensagem pedindo ajuda", acrescentou.

Moore, um conhecido ativista, acrescentou que o cineasta palestino "tinha certeza de que ele seria deportado", concluiu o cineasta.


O cineasta palestino referiu-se ao incidente como um acontecimento "desagradável".

"Ontem à noite, em minha viagem da Turquia para Los Angeles, minha família e eu fomos detidos por funcionários de imigração durante aproximadamente uma hora e interrogados sobre o propósito da minha visita aos Estados Unidos", disse Burnat através de um comunicado.

Os funcionários da imigração queriam provas de que foi indicado a um prêmio da Academia "e me disseram que se não pudesse provar o motivo da minha visita, minha esposa, Soraya, meu filho Gibreel e eu seríamos enviados de volta à Turquia no mesmo dia".

"Depois de 40 minutos de perguntas e respostas, Gibreel me perguntou porque ainda estávamos esperando neste pequeno quarto. Simplesmente, disse a ele a verdade: 'Talvez tenhamos que voltar. Pude ver a aflição em seu coração", contou o diretor.

Em seguida, acrescentou, "embora esta tenha sido uma experiência desagradável, este é um fato cotidiano para os palestinos, todos os dias, em toda a Cisjordânia".


"Há mais de 500 postos de controle israelenses, bloqueios de rodovias e outras barreiras à circulação em nossa terra e não há nenhum de nós que tenha se livrado da experiência que eu e minha família vivemos ontem", emendou.

"O que ocorreu conosco é um exemplo muito pequeno do que meu povo enfrenta a cada dia", acrescentou Burnat.

Um porta-voz do Departamento de Alfândega e Proteção Fronteiriça dos Estados Unidos (CBP) disse que não podia comentar casos individuais devido a leis de privacidade.

Mas em um comunicado, a agência informou que a CBP "se esforça por tratar todos os passageiros com respeito e de forma profissional, mantendo o foco em nossa missão de proteger todos os cidadãos e visitantes dos Estados Unidos".

Moore, que conquistou o Oscar de Melhor Filme Documentário em 2003 por "Tiros em Columbine", sobre o controle das armas de fogo, afirmou que entrou em contato com funcionários da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que consultaram seus advogados.

"Depois de uma hora e meia, decidiram deixá-lo em liberdade", afirmou Moore.

Um porta-voz do Escritório de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos, Jaime Ruiz, disse que a agência irá emitir uma declaração sobre o incidente, mas não fez nenhum comentário adicional, quando contactado pela AFP.

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