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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
São Paulo O cientista Michael Hansen, da Consumers Union, a maior entidade de defesa de consumidores do mundo, sediada nos Estados Unidos, disse hoje (26) em São Paulo que vê como positiva a decisão brasileira de rotular os produtos que contenham mais de 1% de matéria-prima transgênica.
De acordo com o cientista, a rotulação, além de possibilitar ao cidadão o direito de saber o que está consumindo, permite identificar com mais facilidade a causa de problemas de saúde, caso venham a ocorrer após o consumo. Segundo ele, mesmo que os produtos geneticamente modificados sejam testados rigorosamente, podem causar efeitos adversos após serem colocados no mercado.
"[Os produtos transgênicos] podem ser testados em 100 mil pessoas, mas uma vez que estão no mercado, milhões de pessoas estão sendo expostas. Você pode começar a ter efeitos adversos que você não vê na fase pré-comercial. Então, com o rótulo facilita para descobrir o que é e rastrear", afirmou em debate do Conselho Regional de Medicina de São Paulo.
Hansen defendeu, no entanto, que o rótulo contenha especificamente os genes modificados, para facilitar o diagnóstico médico, se necessário. "É ótimo ter símbolos. Mas em vez de dizer 'soja geneticamente modificada' o que é mais útil é ter no rótulo a fonte dos vários genes, porque as pessoas podem reagir a um e não a outro, então seria melhor em termos de rastrear para fins médicos".