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Cidade líbia de Benghazi volta a mergulhar na violência

A cidade voltou a registrar confrontos após ofensiva lançada por general contra milícias islamitas

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2014 às 13h09.

Benghazi - A cidade de Benghazi, no leste líbio, voltou a ser palco de confrontos sangrentos, após a ofensiva lançada pelas forças do general Haftar, apoiadas pelo exército, contra as milícias islamitas que controlam a segunda maior cidade do país.

Pelo menos 17 pessoas morreram em 24 horas desde o início na manhã desta quarta-feira desta nova intervenção das forças do general Haftar.

Seus soldados haviam anunciado na quarta-feira a tomada do controle do quartel-general da milícia islamita Brigada de 17 de Fevereiro, situada nos subúrbios do leste da cidade.

Mas uma fonte militar indicou nesta quinta-feira à AFP que as forças pró-governamentais precisaram se retirar da ex-base militar tomada como alvo pelos combatentes islamitas.

Várias explosões e disparos foram ouvidos durante a noite em diferentes bairros de Benghazi, segundo correspondentes da AFP.

Os combates diminuíram de intensidade nesta quinta-feira, enquanto um helicóptero e um avião militares sobrevoavam a cidade.

Benghazi é uma das zonas mais conflitivas da Líbia, um país afundado no caos e à mercê das milícias após a deposição de Muammar Kadafi após oito meses de conflito em 2011.

Diante da debilidade do governo de transição, o general Haftar, que participou da revolta contra Kadafi, lançou em maio uma operação contra as milícias, classificadas por eles de terroristas.

O controverso general havia sido acusado pelas autoridades de transição de realizar um "golpe de Estado". Mas sua posição mudou depois que o general da reserva obteve o apoio de várias unidades do exército.

Na quarta-feira, o exército regular líbio mostrou claramente seu apoio à operação do general Haftar e a sua nova ofensiva sobre Benghazi.

Diálogo em risco

O governo reconhecido pela comunidade internacional, dirigido por Abdallah al-Theni, "não tem outra opção a não ser se aproximar de Haftar, que se apresenta como o salvador da Líbia", ressaltou o analista líbio Fradj Najm.

"Diferentemente de seus rivais (islamitas), as autoridades de transição não têm milícias para se impor", disse.

"Esta aproximação entre Haftar e as autoridades de transição foi denunciada pela coalizão de milícias armadas, principalmente islamitas e originárias da cidade de Misrata (leste de Trípoli)", que controla a capital desde agosto.

Esta coalizão Fajr Libya, que formou um governo paralelo, ampliou recentemente sua ofensiva a oeste de Trípoli.

Há alguns dias são registrados combates entre a Fajr Libia e as forças de Zenten (oeste) e de seus aliados, em particular ao redor da cidade de Kekla, cem quilômetros a sudoeste de Trípoli.

"O conflito no oeste é o resultado de uma luta por poder e dinheiro, depois da derrota dos islamitas nas eleições legislativas de junho", disse o professor Najm. "A leste, trata-se de um combate com grupos (radicais), que são contra o processo democrático e o estabelecimento de um Estado", acrescentou.

Segundo o especialista, a nova onda de violência pode comprometer o diálogo político lançado pela ONU no fim de setembro com o objetivo de colocar fim à anarquia institucional no país.

Em uma visita a Trípoli, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu no sábado o fim das hostilidades, exigindo, em especial, o fim dos combates entre as forças de Haftar e os islamitas.

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