Exame Logo

China persiste com zona de defesa aérea após voos de B-52

O governo da China anunciou nesta quarta que efetuou uma vigilância constante do voo dos dois bombardeiros americanos

Um B-52 americano: Washington utilizou missão dos B-52 para transmitir mensagem de que não pretende ceder terreno a Pequim nesta região Ásia-Pacífico (Roslan Rahman/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2013 às 19h29.

Pequim - A China prometeu nesta quarta-feira defender seu território com uma nova zona de controle aéreo que engloba um arquipélago disputado com o Japão, mas evitou confrontar diretamente os Estados Unidos, que realizou voos com bombardeiros B-52 sobre a região.

Os Estados Unidos destacaram que o vice-presidente, Joe Biden, que irá a Pequim na próxima semana, como parte de sua viagem à Ásia, aproveitará a oportunidade para manifestar sua "preocupação" sobre o assunto.

Biden "argumentará mais amplamente sobre o fato de que o tipo de comportamento que está em curso por parte da China preocupa seus vizinhos, levanta interrogações sobre como Pequim opera no cenário internacional e sobre como a China administra suas divergências com os vizinhos".

O governo da China anunciou nesta quarta que efetuou uma vigilância constante do voo de dois bombardeiros americanos B-52, que entraram em sua polêmica nova zona de defesa aérea sem informar a Pequim.

Washington utilizou a missão dos B-52 para transmitir a mensagem de que não pretende ceder terreno a Pequim nesta região Ásia-Pacífico onde pretende ampliar sua presença.

"O exército chinês vigiou em sua integralidade o processo (de voo dos B-52) e procedeu, em um prazo adequado, a identificação (das aeronaves) e estabeleceu de que tipos de aviões americanos se tratavam", afirmou o ministério chinês da Defesa em um comunicado.

O texto, a primeira resposta oficial chinesa ao voo dos bombardeiros americanos, toma o cuidado de não culpar Washington de qualquer coisa. Ao mesmo tempo pretende resguardar as aparências.

"A China tem a capacidade de exercer um controle eficaz de seu espaço aéreo", ressaltou o ministério chinês da Defesa.

Pequim decretou unilateralmente no sábado uma "zona de identificação aérea" sobre grande parte do Mar da China Oriental.


Disputa territorial interminável

Segundo o mapa da zona divulgado pelo ministério chinês, a área inclui o arquipélago das Senkaku, sob controle japonês e reivindicado por Pequim, que as chama de Diaoyu.

Pequim e Tóquio disputam a soberania deste território, em um conflito interminável, marcado pelo aumento regular das tensões.

A Casa Branca lamentou o anúncio, considerado "incendiário". Na segunda-feira, Japão e China convocaram o embaixador do outro país em suas capitais.

A Austrália anunciou por sua vez na terça-feira a convocação do embaixador chinês para manifestar oposição à decisão de Pequim, cujas ambições marítimas inquietam a região Ásia-Pacífico.

A ONU sugeriu na terça-feira uma negociação entre a China e o Japão para encontrar uma solução para suas disputas territoriais.

Seul advertiu nesta quarta-feira para o perigo de uma rápida degradação da situação de segurança nesta região da Ásia.

Os aviões americanos, que não transportam qualquer tipo de armamento, decolaram na segunda-feira da ilha de Guam no Pacífico. O voo estava previsto há meses e é parte de um exercício na região, segundo fontes americanas.

Um funcionário do Pentágono, que pediu para não ser identificado, confirmou à AFP que os dois aparelhos eram bombardeiros B-52, e que não encontraram aviões chineses durante o seu trajeto.

A China exige que qualquer aeronave que entrar na "zona de identificação" deve apresentar o plano de voo detalhado, mostrar claramente a nacionalidade e manter as comunicações por rádio para "responder de maneira rápida e apropriada aos pedidos de identificação" das autoridades chinesas.


"Medidas de defesa de urgência"

Em caso de não cumprimento dessas regras, Pequim declarou que poderá adotar "medidas de defesa de urgência".

As duas maiores companhias aéreas japonesas anunciaram nesta quarta-feira que não têm a intenção de comunicar seus planos de voo às autoridades chinesas para passar pela zona, enquanto o Japão analisa a possibilidade de estender a sua própria área de identificação (ZAI) em resposta ao gesto de Pequim.

A Japan Airlines (JAL) e a All Nippon Airways (ANA) decidiram em um primeiro momento respeitar a "zona aérea de identificação" (ZAI), mas o governo japonês afirmou que não tinham motivo para adotar a medida.

"Depois da declaração do governo de que as companhias aéreas privadas não tinham motivo para submeter-se às instruções de Pequim, decidimos não aceitar mais as exigências", afirmou um porta-voz da JAL.

"A JAL parou de submeter seus planos de voo a partir de meia-noite", anunciou a empresa.

All Nippon Airways (ANA) tomou exatamente a mesma decisão.

A Associação de Companhias Aéreas do Japão informou ter recebido garantias da China de que os voos comerciais que passam pela 'ZAI' não serão impedidos.

Nesta quarta-feira, muitos internautas chineses criticaram o governo por ter cedido ante os americanos.

Veja também

Pequim - A China prometeu nesta quarta-feira defender seu território com uma nova zona de controle aéreo que engloba um arquipélago disputado com o Japão, mas evitou confrontar diretamente os Estados Unidos, que realizou voos com bombardeiros B-52 sobre a região.

Os Estados Unidos destacaram que o vice-presidente, Joe Biden, que irá a Pequim na próxima semana, como parte de sua viagem à Ásia, aproveitará a oportunidade para manifestar sua "preocupação" sobre o assunto.

Biden "argumentará mais amplamente sobre o fato de que o tipo de comportamento que está em curso por parte da China preocupa seus vizinhos, levanta interrogações sobre como Pequim opera no cenário internacional e sobre como a China administra suas divergências com os vizinhos".

O governo da China anunciou nesta quarta que efetuou uma vigilância constante do voo de dois bombardeiros americanos B-52, que entraram em sua polêmica nova zona de defesa aérea sem informar a Pequim.

Washington utilizou a missão dos B-52 para transmitir a mensagem de que não pretende ceder terreno a Pequim nesta região Ásia-Pacífico onde pretende ampliar sua presença.

"O exército chinês vigiou em sua integralidade o processo (de voo dos B-52) e procedeu, em um prazo adequado, a identificação (das aeronaves) e estabeleceu de que tipos de aviões americanos se tratavam", afirmou o ministério chinês da Defesa em um comunicado.

O texto, a primeira resposta oficial chinesa ao voo dos bombardeiros americanos, toma o cuidado de não culpar Washington de qualquer coisa. Ao mesmo tempo pretende resguardar as aparências.

"A China tem a capacidade de exercer um controle eficaz de seu espaço aéreo", ressaltou o ministério chinês da Defesa.

Pequim decretou unilateralmente no sábado uma "zona de identificação aérea" sobre grande parte do Mar da China Oriental.


Disputa territorial interminável

Segundo o mapa da zona divulgado pelo ministério chinês, a área inclui o arquipélago das Senkaku, sob controle japonês e reivindicado por Pequim, que as chama de Diaoyu.

Pequim e Tóquio disputam a soberania deste território, em um conflito interminável, marcado pelo aumento regular das tensões.

A Casa Branca lamentou o anúncio, considerado "incendiário". Na segunda-feira, Japão e China convocaram o embaixador do outro país em suas capitais.

A Austrália anunciou por sua vez na terça-feira a convocação do embaixador chinês para manifestar oposição à decisão de Pequim, cujas ambições marítimas inquietam a região Ásia-Pacífico.

A ONU sugeriu na terça-feira uma negociação entre a China e o Japão para encontrar uma solução para suas disputas territoriais.

Seul advertiu nesta quarta-feira para o perigo de uma rápida degradação da situação de segurança nesta região da Ásia.

Os aviões americanos, que não transportam qualquer tipo de armamento, decolaram na segunda-feira da ilha de Guam no Pacífico. O voo estava previsto há meses e é parte de um exercício na região, segundo fontes americanas.

Um funcionário do Pentágono, que pediu para não ser identificado, confirmou à AFP que os dois aparelhos eram bombardeiros B-52, e que não encontraram aviões chineses durante o seu trajeto.

A China exige que qualquer aeronave que entrar na "zona de identificação" deve apresentar o plano de voo detalhado, mostrar claramente a nacionalidade e manter as comunicações por rádio para "responder de maneira rápida e apropriada aos pedidos de identificação" das autoridades chinesas.


"Medidas de defesa de urgência"

Em caso de não cumprimento dessas regras, Pequim declarou que poderá adotar "medidas de defesa de urgência".

As duas maiores companhias aéreas japonesas anunciaram nesta quarta-feira que não têm a intenção de comunicar seus planos de voo às autoridades chinesas para passar pela zona, enquanto o Japão analisa a possibilidade de estender a sua própria área de identificação (ZAI) em resposta ao gesto de Pequim.

A Japan Airlines (JAL) e a All Nippon Airways (ANA) decidiram em um primeiro momento respeitar a "zona aérea de identificação" (ZAI), mas o governo japonês afirmou que não tinham motivo para adotar a medida.

"Depois da declaração do governo de que as companhias aéreas privadas não tinham motivo para submeter-se às instruções de Pequim, decidimos não aceitar mais as exigências", afirmou um porta-voz da JAL.

"A JAL parou de submeter seus planos de voo a partir de meia-noite", anunciou a empresa.

All Nippon Airways (ANA) tomou exatamente a mesma decisão.

A Associação de Companhias Aéreas do Japão informou ter recebido garantias da China de que os voos comerciais que passam pela 'ZAI' não serão impedidos.

Nesta quarta-feira, muitos internautas chineses criticaram o governo por ter cedido ante os americanos.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaAviõesChinaDiplomaciaEstados Unidos (EUA)Países ricosTransportesVeículos

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame