China pede "transição suave" com o governo Biden
Nesta segunda, o ministro chinês das Relações Exteriores enviou uma mensagem positiva para empresários americanos durante um fórum bilateral de negócios
AFP
Publicado em 7 de dezembro de 2020 às 09h00.
As autoridades chinesas pediram nesta segunda-feira a retomada do diálogo com os Estados Unidos para alcançar uma "transição suave" com o futuro governo do democrata Joe Biden .
As autoridades chinesas, que durante quatro anos tiveram uma relação complicada com o presidente Donald Trump, pareceram, de maneira paradoxal, desestabilizadas com a vitória de Joe Biden e aguardaram mais de uma semana para reconhecer a vitória do democrata e enviar uma mensagem de felicitação.
Nesta segunda-feira, o ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, enviou uma mensagem positiva durante uma videoconferência com empresários americanos, reunidos em um fórum bilateral de negócios.
"Neste momento, a tarefa mais urgente para as duas partes é trabalhar juntos retirar todos os obstáculos e conseguir uma transição suave nas relações entre China e Estados Unidos", disse Wang.
"Devemos nos esforçar para retomar o diálogo, voltar ao caminho correto e fortalecer a confiança", disse, de acordo com um comunicado do ministério.
As relações bilaterais atingiram nos últimos quatro anos o ponto mais baixo nas últimas décadas.
Wang Yi chegou a mencionar há alguns meses o fantasma da "guerra fria" entre as duas maiores potências econômicas mundiais.
Nos últimos meses, Washington acusou Pequim de responsabilidade pela pandemia do novo coronavírus e de reprimir os manifestantes pró-democracia em Hong Kong, assim como os direitos da minoria muçulmana na região de Xinjiang, noroeste da China.
As críticas na área de direitos humanos não devem mudar com a chegada de Biden à Casa Branca e podem inclusive ficar mais duras.
No que diz respeito ao comércio, o presidente eleito dos Estados Unidos já disse que não modificaria as tarifas punitivas impostas a partir de 2018 aos produtos chineses pelo governo Trump.