Kim Jong-un: a Coreia do Norte suspendeu as conversas com a Coreia do Sul após manobras militares no país (KCNA/Reuters)
EFE
Publicado em 16 de maio de 2018 às 09h43.
Pequim - O governo da China pediu nesta quarta-feira aos Estados Unidos e à Coreia do Norte que sejam flexíveis e não desperdicem a "duramente conseguida distensão na Península da Coreia", em reação ao possível cancelamento da histórica cúpula entre Donald Trump e Kim Jong-un, depois das ameaças de Pyongyang por causa de manobras militares.
"Esta distensão duramente conseguida é uma justificativa para que as distintas partes assumam mudanças, portanto, esperamos que estas possam continuar o espírito de diálogo, reconciliação e cooperação que foi conseguido na Declaração de Panmunjom", afirmou hoje em entrevista coletiva o porta-voz chinês, Lu Kang.
A fonte oficial acrescentou que os protagonistas da distensão "devem mostrar compreensão em relação ao outro e a seus legítimos temores" em prol de trabalhar juntos para conseguir confiança mútua e "consolidar a melhoria na situação da península, evitando provocações recíprocas".
O porta-voz fez essas declarações ao saber que a Coreia do Norte está cogitando cancelar a cúpula entre seu líder máximo, Kim Jong-un, e o presidente americano, Donald Trump, prevista para 12 de junho em Cingapura.
O vice-ministro das Relações Exteriores norte-coreano, Kim Kye-gwan, disse em um comunicado que "se os EUA estão tentando nos encurralar para forçar nosso desmantelamento nuclear de maneira unilateral, então não nos interessa o diálogo e apenas podemos reconsiderar nossa predisposição em relação à cúpula".
Kang afirmou hoje que a China "manteve durante um longo tempo a posição de que todas as partes devem tomar medidas concretas para aumentar a confiança mútua" e insistiu que Pequim sempre defendeu a "dupla suspensão" - o fim dos testes nucleares norte-coreanas em troca do fim das manobras militares americanos perto da Coreia do Norte - para encontrar uma solução política.
"Só o diálogo e os resultados concretos estabilizarão e trarão paz à região", insistiu o porta-voz chinês.