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China pede calma a Trump a respeito da Coreia do Norte

Em uma conversa por telefone com Trump, Xi Jinping defendeu uma solução pacífica para a crise sobre o programa nuclear e balístico norte-coreano

Xi Jinping: na terça-feira, Trump disse estar decidido a resolver a questão norte-coreana com ou sem a ajuda da China (Getty Images/Getty Images)

Xi Jinping: na terça-feira, Trump disse estar decidido a resolver a questão norte-coreana com ou sem a ajuda da China (Getty Images/Getty Images)

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AFP

Publicado em 12 de abril de 2017 às 08h56.

Última atualização em 12 de abril de 2017 às 08h57.

A China pediu calma nesta quarta-feira a Donald Trump ante a Coreia do Norte, depois das novas ameaças do presidente americano de "resolver" sozinho o "problema", ao mesmo tempo em que Pyongyang afirmou estar preparada para a "guerra".

O presidente chinês, Xi Jinping, defendeu nesta quarta-feira uma solução pacífica para a crise sobre o programa nuclear e balístico da Coreia do Norte, em uma conversa por telefone com seu colega americano, Donald Trump, informou a TV estatal em Pequim.

Durante a conversa, "Xi Jinping destacou que a China (...) defende uma solução para o problema pela via pacífica", revelou o site da CCTV.

Trump declarou na terça-feira que está decidido a resolver a questão norte-coreana com ou sem a ajuda da China.

Xi, que se reuniu na semana passada com Trump na Flórida, insistiu na conversa telefônica na necessidade de "manter a paz e a estabilidade" na península coreana.

O presidente chinês disse que está disposto a "manter a comunicação e a coordenação" com os Estados Unidos, indicou a CCTV.

Na véspera, Trump reafirmou que estava preparado para "resolver o problema" norte-coreano sem a ajuda da China.

"A Coreia do Norte busca problemas. Se a China decidir ajudar, isso será genial. Se não, resolveremos o problema sem eles!", escreveu Trump no Twitter.

O presidente americano também pareceu vincular as negociações comerciais entre as duas grandes potências econômicas mundiais com a questão norte-coreana.

"Expliquei ao presidente da China que um acordo comercial com os Estados Unidos será muito melhor para eles se resolverem o problema norte-coreano"!", completou Trump

Washington anunciou no fim de semana o envio de um grupo aeronaval americano, incluindo o porta-aviões 'USS Carl Vinson', para a península da Coreia. A decisão, anunciada imediatamente depois do ataque americano para punir a Síria, foi interpretada como uma tentativa de demonstrar força por parte da administração Trump.

A Coreia do Norte, por sua vez, denunciou o que chamou de envio "insensato" da Marinha americana e advertiu que Pyongyang está preparado para responder com "a poderosa força das armas" se for necessário.

"A mobilização sem sentido americana para invadir a RPDC alcançou uma fase preocupante", disse um porta-voz do ministério norte-coreano das Relações Exteriores, citado pela agência oficial KCNA, utilizando o nome oficial do país (República Popular Democrática da Coreia).

A RPDC "está preparada para atuar, qualquer que seja o tipo de guerra que deseje os Estados Unidos", completou.

"Nosso potente exército revolucionário acompanha de perto todos os movimentos dos elementos inimigos e nosso mira nuclear aponta para as bases de invasão americanas, não apenas na Coreia do Sul e no Pacífico, mas também no território americano", ameaçou o jornal estatal Rodong Sinmun.

Uma série de recentes testes de mísseis norte-coreanos alimentou os temores de Washington de que Pyongyang possa ter pronto um míssil balístico intercontinental capaz de descarregar uma ogiva nuclear sobre território americano.

Nessas especulações, considera-se também que a Coreia do Norte possa realizar um teste nuclear para comemorar o 105º aniversário de seu fundador, Kim Il-Sung, no sábado.

- Reação de Pequim -

Washington considera a China um aliado da Coreia do Norte e acredita que Pequim tem meios para convencer o país vizinho a abandonar o programa nuclear.

Em um editorial com tom inusual e violento contra o regime de Kim Jong-un, o jornal chinês Global Times adverte Pyongyang contra um eventual sexto teste nuclear.

"A península coreana nunca esteve tão perto de um confronto militar desde que a Coreia do Norte realizou o primeiro teste nuclear em 2006", afirma o editorial.

Se a Coreia do Norte realizar um novo teste nuclear ou disparo de míssil intercontinental, "Pequim vai reagir com firmeza", adverte o jornal, ao considerar que a China apoiaria novas sanções na ONU.

"Trump deseja que o consideremos um homem que cumpre suas promessas", adverte o Global Times. "Pyongyang deve evitar cometer um erro neste momento".

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