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China ou Estados Unidos?

Vivemos na era de um duplo 10%. Um deles sinaliza a crise americana e o outro, a ascensão chinesa

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2011 às 18h14.

Davos - Frases antigas se misturam com novas nas paredes e nos cartazes eletrônicos do prédio em que ocorre mais um encontro do WEF, o Fórum Econômico Mundial, na bela estação de esqui de Davos, na Suíça, o ponto mais alto da Europa.

Vou sorvendo-as com relativa calma.

“Toda caminhada começa no primeiro passo”, está escrito numa parede. É uma frase atribuída a Lao-Tsu, sábio chinês. Uma outra sentença, de um ocidental desconhecido, é bem menos solene, mas mais engraçada: “Uma viagem torna o sábio mais sábio e o tolo mais tolo”.

Me fixo mais detidamente numa sentença atual  É de Nouriel Roubini, o economista que é conhecido como Senhor Catástrofe pelo teor de suas previsões, em geral acertadas. “O mundo de hoje é aquele em que a economia da China cresce 10% por ano e o desemprego nos Estados Unidos é também de 10%”

Muito bom.

Vivemos então na era de um duplo 10%. Um deles sinaliza a crise americana e o outro a ascensão chinesa.

O que isso significa? Que no futuro a China vai dominar o planeta?

Hmmmm.

Há dúvidas. 

A BBC promoveu um debate em Davos com cerca de 150 participantes e ao final dele a questão era aquela mesma: daqui a 20 anos, qual será a maior potência, China ou Estados Unidos?

A maior parte das respostas recaiu sobre os Estados Unidos, talvez porque houvesse mais americanos na platéia.

Se não existe unanimidade sobre isso, não há dúvidas em relação ao aparelho que domina o arsenal dos líderes empresariais e políticos em Davos em 2011.

Claro. O iPad. “Davos está feia com tantos iPads”, tuitou um dos participantes do fórum.

Examino o meu.

É realmente feio. Mas com ele me livrei da maldição de viajar com cinco ou seis livros na bagagem.

Dou daqui da central de mídia de Davos, na companhia de centenas de jornalistas do mundo inteiro, um retumbante bravo a Steve Jobs e à Apple. Se dependesse deles, ninguém estaria perguntando se a China vai ultrapassar nos próximos anos os Estados Unidos.

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