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China lembra vitória contra Japão em 1945

Em clima de tensão bilateral, a China iniciou comemorações por vitória contra o Japão em 1945, na chamada guerra sino-japonesa

China: os sete máximos líderes do país participaram de festividades (Feng Li/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2014 às 11h03.

Pequim - A China iniciou nesta quarta-feira as comemorações por sua vitória contra o Japão em 1945, na chamada guerra sino-japonesa, com um ato em Pequim do qual participaram os sete máximos líderes do país asiático e realizado no meio do atual clima de tensão com Tóquio por causa de suas desavenças territoriais e históricas.

Esta é a primeira vez que foi comemorado o chamado "Dia da Vitória", designado assim pelo Governo chinês no começo deste ano, e que marca o início de um mês de atos de comemoração da guerra contra o Japão como o 83º aniversário do incidente de Mukden - o pretexto para a invasão japonesa da China em 1931 -, no próximo dia 18, e o recém estabelecido dia dos Mártires, no dia 30.

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Os atos começaram hoje no Museu Nacional da Guerra Antijaponesa, situado a cerca de 15 quilômetros do centro da capital, onde o presidente, Xi Jinping, junto com o primeiro-ministro, Li Keqiang, e os outros homens mais poderosos do regime colocaram uma oferenda aos mártires do conflito e guardaram silêncio durante um minuto.

Não foi feita nenhuma declaração durante o ato, que terminou com o hino nacional e a libertação de 3.000 pombas, além de a entrega de outras oferendas por parte de uma equipe de 14 soldados.

O espírito nacionalista deste ato foi elogiado pela televisão nacional "CFTV" que, além de transmitir ao vivo este evento, tem programados a partir de hoje e para todo o mês diferentes documentários sobre a guerra antijaponesa.

Os outros de meios que apoiam o Executivo vêm publicando artigos nesta linha e hoje também continuaram com essa tendência, como o editorial do jornal oficial "Global Times", intitulado "Tóquio perdeu a guerra e deve aceitar isso".

"A guerra de resistência é inesquecível para a China e para o povo chinês, não só porque foi uma guerra brutal que tirou milhões de vidas (...) Também é memorável porque o Japão, o agressor, continuou realizando ações provocativas contra a China", diz o texto.

Segundo o editorial, Tóquio "se negou a ver a verdadeira vitória da China" e "só respeita países que lhe atacaram seriamente alguma vez ou que têm maior capacidade estratégica", em referência aos Estados Unidos.

"O que se necessita é um Japão racional, que se comporte e que deixe de se comportar como um peão dos EUA para sabotar os interesses da China", sentencia o editorial.

As diferenças históricas e territoriais entre ambos os países sempre existiram, mas voltaram a ressurgir recentemente devido ao conflito das ilhas Diaoyu/Senkaku, um arquipélago sob o qual se acredita que existem recursos naturais e que Tóquio e Pequim reivindicam.

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