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China diz que não há razão para discutir posse com Japão

País qualificou de "pretensiosa" proposta japonesa para a realização de uma cúpula a fim de discutir a posse de pequenas ilhas no mar do Leste da China

Navio japonês próximo a ilhas disputadas: relações entre países estão abaladas há meses por causa das ilhas, chamadas de Senkaku pelo Japão e de Diaoyu pela China (Ruairidh Villar/Reuters)

Navio japonês próximo a ilhas disputadas: relações entre países estão abaladas há meses por causa das ilhas, chamadas de Senkaku pelo Japão e de Diaoyu pela China (Ruairidh Villar/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 27 de agosto de 2013 às 09h56.

Pequim - A China qualificou nesta terça-feira de "pretensiosa" a proposta japonesa para a realização de uma cúpula a fim de discutir a posse de pequenas ilhas no mar do Leste da China, enquanto um ministro japonês defendeu uma postura mais firme de Tóquio sobre o uso da Marinha para defender a área em disputa.

As relações entre as duas maiores economias asiáticas estão abaladas há vários meses por causa da disputa pelas ilhas, chamadas de Senkaku pelo Japão e de Diaoyu pela China.

Mas o premiê japonês, Shinzo Abe, demonstra a intenção de reparar esses laços, e defende o estabelecimento de um diálogo sem pré-condições com Pequim. A China não se mostra aberta a isso.

"Uma reunião entre líderes não se presta apenas a apertos de mãos e a tirar fotos, e sim a resolver problemas", disse o vice-chanceler chinês, Li Baodong, a jornalistas.

"Se o Japão quiser organizar uma reunião para resolver problemas, eles devem largar a retórica vazia e fazer coisas para mostrar", disse Li sobre a possibilidade de um encontro de Abe com o presidente chinês, Xi Jinping, durante uma cúpula do G20 na semana que vem.

Aviões e navios de ambos os países fazem há meses um jogo de gato e rato nos arredores das ilhas, intensificando as tensões. Na terça-feira, a guarda costeira japonesa disse que três embarcações militares chinesas entraram rapidamente em águas que o Japão considera suas. A China disse que se tratava de uma patrulha de rotina no seu próprio território marítimo.

O ministro de Finaças Taro Aso, que é também vice-premiê do Japão, disse que o governo precisa deixar clara a sua intenção de defender as ilhas, sob risco de permitir que os chineses desembarquem por lá e iniciem um conflito, de forma semelhante à guerra de 1982 entre Grã-Bretanha e Argentina pelo controle das ilhas Malvinas.


"Quando a Grã-Bretanha enviou seus porta-aviões às ilhas Falklands (Malvinas), ela não transmitiu suas intenções de proteger as ilhas. A Argentina viu que (Londres) não tinha a intenção de proteger as Falklands e então invadiu", disse Aso em palestra a parlamentares em Yokohama, perto de Tóquio.

"A capacidade de combate, o consenso nacional e a informação a outros países (da intenção de usar a força) podem funcionar como dissuasões apenas se todos esses três estiverem presentes", disse Aso.

"Precisamos transmitir claramente nossa intenção de proteger as Senkaku com as Forças Marítimas de Autodefesa. Nesse sentido, não podemos evitar aumentar os gastos de defesa (...). Essa é a realidade em que estamos ao encararmos a situação no mar do Leste da China."

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