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China devolveu drone submarino capturado, confirmam EUA

O Pentágono destacou que o aparelho registrava dados para sonares e submarinos em operações de rotina em águas internacionais do Mar da China Meridional

Peter Cook: o secretário de imprensa do departamento de Defesa disse que os EUA trataram desses fatos através dos canais diplomáticos e militares apropriados (Getty Images)
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AFP

Publicado em 20 de dezembro de 2016 às 09h58.

Última atualização em 20 de dezembro de 2016 às 10h06.

A China devolveu uma sonda submarina que capturou no Mar da China Meridional, confirmou o Pentágono depois que a ação de Pequim provocou uma disputa entre as duas potências.

"Este incidente contradiz tanto a legislação internacional como os padrões internacionais de conduta entre navios no mar", afirmou o secretário de imprensa do departamento de Defesa americano Peter Cook.

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"Os Estados Unidos trataram desses fatos com os chineses através dos canais diplomáticos e militares apropriados e pedimos às autoridades chinesas que cumpram com suas obrigações sob a legislação internacional, assim como evite futuras tentativas de impedir as atividades legais dos americanos", acrescentou.

Segundo Washington, o drone servia para medir a salinidade e a temperatura da água e foi capturado na quinta-feira pela China a 50 milhas marítimas das costas filipinas.

O Pentágono destacou que o aparelho registrava dados para sonares e submarinos em operações de rotina em águas internacionais do Mar da China Meridional em total cumprimento da legislação internacional".

Horas antes, o ministério chinês da Defesa anunciou que Pequim devolveu o artefato na terça-feira aos Estados Unidos.

"Após consultas amistosas, China e Estados Unidos completaram em 20 de dezembro no Mar da China meridional a restituição do drone submarino americano", indicou o ministério em seu site.

A porta-voz do ministério das Relações Exteriores chinês, por sua vez, Hua Chunying assinalou que a condução do incidente demonstra que os dois países têm um canal de comunicação adequado, mas alertou a Washington contra a "realização de operações de reconhecimento em águas costeiras da China".

"A China se opõe energicamente a isso e pediu aos Estados Unidos que ponha fim a esse tipo de atividade, que foi a causa originária para este incidente acontecer", acrescentou.

Na véspera, o governo chinês chegou a desmentir ter capturado o drone americano, contrariando as acusações lançadas pelo presidente eleito americano, Donald Trump.

Chunying ressaltou que a marinha chinesa havia encontrado a sonda americana na quinta-feira nesta zona reivindicada por vários países e que a recolheu para examiná-la.

"É como quando achamos uma coisa na rua. É preciso verificá-la primeiro antes de devolvê-la", explicou.

Pequim anunciou no sábado sua intenção de devolver a sonda "de forma adequada", sem informar a data.

Segundo o Pentágono, o incidente foi registrado quando a tripulação civil de um navio oceanográfico retirava da água duas sondas, a 50 milhas da costa filipina.

Um barco chinês de ajuda e resgate a submarinos interceptou um dos dois aparelhos, segundo o departamento de Defesa.

Trump reagiu ao assunto em um tuíte, no qual acusou a China de ter roubado a sonda. A mensagem teve uma grande repercussão porque, além disso, o presidente eleito cometeu um erro ao escrever "unpresidented" ("sem presidente") em vez de "unprecedentet" ("sem precedentes"), um erro que retificou apagando o tuíte e publicando um novo.

"A China roubou um drone de pesquisas da Marinha dos Estados Unidos em águas internacionais, retirou-o da água e levou para a China em um ato 'unpresidented'", afirmou em sua mensagem.

Para os meios de comunicação chineses, o erro foi encarado como o menor dos males. "O que é verdadeiramente surpreendente neste tuíte é que o próximo presidente dos Estados Unidos deformou os fatos completamente: isso é mais perigoso que divertido", escreveu o jornal em língua inglesa China Daily.

O jornal se mostrou preocupado pelas reações revoltadas do futuro presidente, que desde sua eleição já provocou vários conflitos com Pequim, sobretudo sugerindo que os Estados Unidos poderiam reconhecer Taiwan.

Além deste assunto delicado, nas últimas semanas Trump acusou Pequim de manipular sua moeda e ameaçou impor taxas elevadas às importações chinesas.

"Trump pode fazer as relações entre China e Estados Unidos afundarem no que Obama chama de 'um modo de conflito total' no qual 'ninguém tem nada a ganhar'", adverte o China Daily.

Trump "não tem nem ideia de como dirigir uma superpotência", afirma outro jornal chinês em inglês, o Global times.

"Quando ocupar suas funções, se tratar a China da mesma forma que em seus tuítes, a China não se deterá", acrescenta.

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