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China detém artista antes de aniversário de protestos

Guo Jian foi detido por autoridades chineses pouco depois de seu perfil ser publicado pelo jornal Financial Times

Ativistas durante um encontro em comemoração ao 25º aniversário do protesto na Praça da Paz Celestial (Divulgação via Reuters)

Ativistas durante um encontro em comemoração ao 25º aniversário do protesto na Praça da Paz Celestial (Divulgação via Reuters)

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Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2014 às 13h27.

Pequim - O artista australiano nascido na China Guo Jian, que participou das manifestações pró-democracia na China em 1989, foi detido por autoridades chineses pouco depois de seu perfil ser publicado pelo jornal Financial Times em comemoração ao 25º aniversário da repressão militar contra o protesto de estudantes na Praça da Paz Celestial (Tiananmen).

Um repórter da Associated Press conversava com o artista quando ele foi levado de sua casa, num subúrbio de Pequim, na noite de sábado. Guo disse que permanecerá detido pela polícia até 15 de junho.

Trata-se do mais recente caso de detenção de artistas, advogados, estudiosos e jornalistas antes do aniversário do evento. As ações acontecem em meio aos intensos esforços do governo para conter a cobertura da mídia estrangeira a respeito do fato.

Após um breve período como soldado, Guo estudava arte em Pequim quando foi arrastado para os protestos estudantis de 1989 e testemunhou a repressão militar que começou na noite de 3 de junho daquele ano.

"Eu não pude acreditar, mesmo tendo sido um soldado", disse Guo de acordo com o texto publicado pelo Financial Times na semana passada. "No Exército eu nunca havia visto aquele tipo de violência."

As questões envolvendo os protestos e a repressão militar são tabu na China. As autoridades costumam endurecer a segurança antes da data do aniversário dos protestos a cada ano, mas agora as ações têm sido mais intensas. A polícia tem detido ativistas que, em anos passados, receberam apenas avisos.

Desde o início de maio, as autoridades detiveram ou colocaram em prisão domiciliar dezenas de pessoas, dentre elas o importante advogado de direitos humanos Pu Zhiqiang, numa tentativa de evitar qualquer tipo de comemoração. Outros ativistas foram advertidos pelas autoridades a não falar com meios de comunicação estrangeiros.

A polícia também advertiu jornalistas estrangeiros a não realizarem coberturas a respeito de assuntos sensíveis ligados aos protestos, caso contrário enfrentariam "sérias consequências". Fonte: Associated Press.

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