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China convoca embaixadores em protesto contra sanções dos EUA e UE

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China disse que as novas sanções são "uma calúnia e uma afronta à reputação e à dignidade do povo chinês."

China: os chanceleres rejeitaram críticas externas aos seus sistemas políticos autoritários (Kevin Lamarqu/Reuters)

China: os chanceleres rejeitaram críticas externas aos seus sistemas políticos autoritários (Kevin Lamarqu/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de março de 2021 às 08h33.

A China convocou embaixadores estrangeiros nesta terça-feira, 23 em protesto às sanções contra autoridades do país anunciadas pelos Estados Unidos, União Europeia, Canadá e Reino Unido devido a supostas violações de direitos humanos na região de Xinjiang, no oeste da China.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, disse na terça-feira, 23, que as novas sanções são "uma calúnia e uma afronta à reputação e à dignidade do povo chinês."

"Eu os aviso que não devem subestimar a firme determinação do povo chinês em defender seus interesses e dignidade nacionais, e eles vão pagar o preço por sua insensatez e arrogância", disse Hua a repórteres em uma coletiva diária.

A afirmação ocorreu horas após os ministros das Relações Exteriores da China e da Rússia denunciarem uma nova onda de críticas e sanções em relação a direitos humanos contra ambos os países.

Em uma coletiva de imprensa na cidade de Nannig, os chanceleres rejeitaram críticas externas aos seus sistemas políticos autoritários e disseram que estão trabalhando para avançar o progresso global em questões que vão da mudança climática à pandemia do coronavírus.

"Países devem ficar juntos para se opor a todas as formas de sanções unilaterais", disse Wang. "Essas medidas não serão aceitas pela comunidade internacional."

A Rússia também está sob sanções ocidentais, devido a violações de direitos humanos e à agressão militar contra a Ucrânia. O chanceler russo, Sergei Lavrov, disse que os laços entre o país e a China se fortaleceram quando as relações entre Moscou e a União Europeia foram abaladas, enquanto acusou os outros países ocidentais de "impor suas próprias regras a todos os outros, que eles acham que devem sustentar a ordem mundial."

"Se a Europa quebrou essas relações, simplesmente destruindo todos os mecanismos que foram criados por tantos anos... então, provavelmente, objetivamente, isso leva ao fato de que nossas relações com a China estão se desenvolvendo mais rapidamente do que o que sobrou das nossas relações com países europeus", disse Lavrov.

Em um comunicado conjunto depois da reunião, os dois ministros disseram que nenhum país deveria tentar impor a sua forma de democracia sobre os outros.

A China diz que uigures e outras minorias islâmicas em Xinjiang participaram voluntariamente de treinamentos profissionais e cursos de "desradicalização" e nega acusações de que mais de um milhão de pessoas tenham sido presas em campos de reeducação similares a prisões, onde são forçados a rejeitar a sua cultura nativa e jurar lealdade ao Partido Comunista e ao presidente chinês, Xi Jinping. Veículos de imprensa, governos estrangeiros e grupos ativistas dizem que os abusos, incluindo trabalho forçado e controle de natalidade obrigatório, continuam.

O secretário de Relações Exteriores britânico, Dominic Raab, disse que as medidas multinacionais foram parte de "diplomacia intensa" por parte do Reino Unido, dos Estados Unidos, do Canadá e dos 27 países da União Europeia para forçar a tomada de uma ação diante das crescentes evidências de violações sérias de direitos humanos contra os uigures. As sanções serão impostas imediatamente e incluem proibição de viagens e congelamento de ativos de quatro autoridades chinesas, disse Raab.

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