Mundo

China avalia que coronavírus terá impacto menor do que Sars

Entre 2002 e 2003, a doença provocou mais de 900 mortes em todo o mundo

Coronavírus: até o momento, 213 mortes foram confirmadas na China (Qilai Shen/Bloomberg)

Coronavírus: até o momento, 213 mortes foram confirmadas na China (Qilai Shen/Bloomberg)

AB

Agência Brasil

Publicado em 31 de janeiro de 2020 às 18h40.

Última atualização em 31 de janeiro de 2020 às 18h41.

O coronavírus causará menos efeitos na saúde da população mundial do que a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars, sigla em inglês), que entre 2002 e 2003 provocou mais de 8 mil internações e mais de 900 mortes em todo o mundo. A avaliação é do ministro conselheiro da Embaixada da China, QU Yuhui. "[Em 2003,] a China não tinha experiência de tratar um problema dessa escala."

Segundo ele, os cientistas chineses foram ágeis em descobrir o código genético do coronavírus e o governo decidiu rapidamente em isolar a província Hubei onde o surto começou, mobilizou 6 mil médicos para tratar de doentes e entrega até 5 de fevereiro dois novos hospitais com capacidade total de 2,5 mil leitos no subúrbio de Wuhan, epicentro da epidemia.

O tráfico por estrada e por ferrovia para Hubei está interrompido e Wuhan - a principal cidade da província com 11 milhões de habitantes (assim como São Paulo), e a área é cinco vezes maior que Londres (Inglaterra) - está isolada.

O isolamento pode causar impacto econômico. Wuhan é polo de manufatura e da indústria pesada e hub logístico para circulação de mercadorias e pessoas no centro da China. QU Yuhui pondera que "ainda é muito cedo para fazer uma avaliação exata quanto o grau de impacto desse vírus vai causar na economia".

Segundo ele, a epidemia abrange o feriado do Ano Novo chinês (24 a 30 de janeiro este ano), quando há diminuição da atividade econômica. O diplomata aposta que o impacto será menor do que houve em 2003 com a Sars, quando o PIB chinês recuou 1,2 pontos percentuais. "A situação é bem diferente. Sars atingiu vários centros econômicos como Pequim e Hong Kong. O PIB chinês é cinco ou seis vezes maior [hoje]".

O diplomata chinês raciocina que a reação da economia e dos mercados também dependem de como a China vai combater o vírus. "Estamos confiantes. A economia chinesa é mais resistente e o governo tem recursos, tem confiança e tem o apoio da cooperação para vencer essa batalha".

A estratégia de buscar apoio da cooperação internacional em saúde e a iniciativa de divulgação têm objetivos econômicos. "É positivo e fundamental para não atrapalhar o fluxo comercial e o fluxo de pessoas", explicou o ministro conselheiro QU Yuhui.

Ontem (30) o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, elogiou a atuação do governo da China na contenção do coronavírus. A OMS decretou a epidemia como "emergência global".

Até o momento, a Comissão Nacional de Saúde da China contabilizou 9.720 pessoas infectadas pelo coronavírus e 213 casos de morte. De acordo com esses dados, a taxa de mortalidade é menor que de Sars, 2,19% contra 10,87%. O diplomata chinês, porém, reconhece que não se pode ter um cálculo exato da taxa de mortalidade, "nem todos os casos foram descobertos". Ele admite que a situação é "complexa" e que "100% das informações sobre o vírus ainda não estão descobertas, tanto quanto a origem como a forma de transmissão. Ainda não se sabe muito bem quais são as causas desse novo vírus.

Acompanhe tudo sobre:ChinaCoronavírusDoenças

Mais de Mundo

O que é o Projeto Manhattan, citado por Trump ao anunciar Musk

Donald Trump anuncia Elon Musk para chefiar novo Departamento de Eficiência

Trump nomeia apresentador da Fox News como secretário de defesa

Milei conversa com Trump pela 1ª vez após eleição nos EUA