Hu Jintao, presidente da China: país quer mais detalhes (Pool/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 28 de outubro de 2011 às 16h16.
Pequim - A China anunciou nesta sexta-feira que aguarda a divulgação de maiores detalhes sobre o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) para decidir sobre sua margem de investimento neste mecanismo de ajuda.
O anúncio, feito pelo governo chinês, coincide com uma visita do chefe do fundo a Pequim, em busca de ajuda da segunda maior economia mundial.
A China, que possui as maiores reservas de câmbio do mundo, com mais de 3,2 trilhões de dólares, disse em várias ocasiões que estava disposta a sustentar o euro e pediu uma maior abertura do Velho Continente a seus produtos e investimentos.
Sobre o fundo, a China disse "esperar detalhes técnicos que esclareçam alguns pontos", disse o vice-ministro chinês de Finanças, Zhu Guangyao.
Apesar disso, o diretor do FEEF, Klaus Regling, cuja visita foi recebida como uma tentativa de se obter respaldo financeiro da China, negou estar negociando com o país.
"Não há negociações em curso com a China" sobre investimentos chineses no FEEF, disse ele, que afiram ter viajado a Pequim para "consultas regulares".
Desde o início do ano, a "China tem sido um bom cliente para as obrigações do FEEF", disse, recusando-se no entanto a indicar de quanto seria a contribuição chinesa.
Pequim mantém em segredo as compras de obrigações europeias e a União Europeia (UE) só dá indicações por continente.
"Cerca de 40% das obrigações emitidas pelo FEEF foram compradas na Ásia", disse Regling. O Japão comprou a metade, 20%, por 2,680 bilhões de euros.
A Eurozona decidiu nas reuniões de Bruxelas de quarta e quinta-feira aumentar os fundos do FEEF para os países em dificuldades, como Itália ou Espanha. Sua capacidade de intervenção passará a 1 trilhão de euros, contra os 440 bilhões atuais.
Para chegar a este resultado, será oferecido aos investidores um sistema de seguro de crédito e um fundo especial seria outorgado ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para receber as contribuições dos países emergentes, com a China em primeiro lugar.
Regling explicou que viajou a Pequim para discutir as modalidades deste fundo especial, que pode prever que no caso de cessação dos pagamentos de um Estado, o FEEF assumiria até 15% ou 20% do valor das obrigações.
"A China pode querer contribuir com algo entre 50 e 100 bilhões de dólares ao FEEF ou a um novo fundo montado em colaboração com o FMI", disse nesta sexta-feira o Financial Times, citando uma fonte próxima ao governo chinês.
Os chineses, no entanto, começaram a mostrar publicamente seu ceticismo sobre o resultado da última reunião de Bruxelas.