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China adota tom otimista durante fórum econômico

Discursos contrastam com a visão mais pessimista de alguns economistas sobre perspectivas para a China

Zhao Leji, presidente de comissão do Congresso Chinês, fala na abertura do Forum Boao
 (CNS/AFP)

Zhao Leji, presidente de comissão do Congresso Chinês, fala na abertura do Forum Boao (CNS/AFP)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 29 de março de 2024 às 12h35.

As mensagens entregues pelo governo da China a líderes políticos e econômicos globais, reunidos no Fórum Boao para a Ásia, tiveram tom mais otimista sobre a economia do que o normalmente expressado por economistas estrangeiros.

Entre elas, estiveram constatações como: a economia da China está avançando com força; atingir a meta de crescimento deste ano será muito fácil; o problema da economia global não é o excesso de produtos chineses baratos que chegam a outros mercados, e sim a demanda externa insuficiente.

Ocorreram referências apenas limitadas a crise no setor imobiliário da China. Ao invés disso, a mensagem geral era de que quaisquer problemas enfrentados pelo país serão apenas "percalços na estrada" e que o futuro da economia global está se virando inevitavelmente para a China e para a Ásia, enquanto se afasta do Ocidente liderado pelos Estados Unidos. Durante o evento, autoridades chinesas reforçaram que todos os países "serão bem-vindos ao trem de desenvolvimento" da China, cujo foco será em tecnologia, inovação e transição verde nos próximos anos.

O tom otimista contrasta com a visão mais pessimista de alguns economistas sobre perspectivas para a China, que apontam preocupações com efeitos da crise do setor imobiliário sobre o crescimento econômico e com a falta de estímulos do governo para impulsionar o consumo doméstico. A longo prazo, também existem temores sobre os desafios demográficos na China de uma população cada vez menor e o crescente antagonismo com os EUA e aliados ocidentais.

O Fundo Monetário Internacional (FMI), por exemplo, espera que o crescimento da China desacelere para cerca de 3,4% antes do final da década, em comparação com os cerca de 5% atuais e próximo de 8% na década anterior à pandemia. Vice-presidente do China Center for International Economic Exchanges e ex-funcionário do FMI, Zhu Min aponta que a China precisa se acostumar a um crescimento mais lento conforme a economia amadurece.

Os economistas estrangeiros também temem que a China esteja mais uma vez se apoiando excessivamente em investimentos e exportações em seu esforço para reacender um crescimento mais rápido. Isso está gerando resistência e cautela por parte dos governos estrangeiros, que veem um excesso de produtos chineses inundando seus mercados domésticos.

Contudo, no próprio fórum em Boao, algumas autoridades disseram que o país não está investindo o suficiente. "É fundamental manter uma certa intensidade para compensar o declínio no investimento causado pelo setor imobiliário e permitir que os estímulos contribuam mais para o crescimento deste ano", afirmou o reitor da Escola Guanghua de Gerenciamento da Universidade de Pequim, Liu Qiao.

Enquanto algumas autoridades criticaram medidas protecionistas, outras ofereceram soluções, incentivando as fábricas chinesas a investirem no México e no Sudeste Asiático para contornar as tarifas ocidentais ou a olharem para além dos mercados ocidentais, para os crescentes mercados consumidores do mundo em desenvolvimento. Os participantes se aglomeraram em sessões para ouvir sobre o progresso da China em inteligência artificial (IA) veículos de tecnologia verde e outras áreas em que ela está desafiando o Ocidente. Fonte: Dow Jones Newswires.

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