Chilenos protestam por falta de comida durante quarentena de coronavírus
Protesto aconteceu um dia depois de Piñera anunciar a entrega de 2,5 milhões de cestas básicas para a população carente durante a pandemia de coronavírus
AFP
Publicado em 19 de maio de 2020 às 06h17.
Última atualização em 19 de maio de 2020 às 06h24.
"Eu sou tosadora de cães, tenho uma microempresa, o governo não me dá nenhum bônus. Tenho quatro filhos, não me ajudam porque tenho um negócio. Muita gente aqui é microempresária e não tem ajuda", reclamou Paola Garrido, outra moradora da região.
A pandemia atingiu duramente os chilenos , principalmente os mais pobres. O protesto acontece um dia depois de Piñera anunciar a entrega de 2,5 milhões de cestas básicas para a população carente.
No mês passado, o presidente chileno anunciou a entrega de um bônus familiar para cerca de 4,5 milhões de cidadãos mais vulneráveis equivalente a 317 dólares, que não se tornou efetivo. Também em abril, o governo começou a entregar outro bônus, de 60 dólares, para os 60% de famílias mais pobres.
O coronavírus já infectou mais de 46 mil pessoas no Chile, com 478 mortos.
Quarentena preventiva no Congresso
Metade do Senado e quatro ministros do Chile entraram em quarentena preventiva nesta segunda-feira (18) depois de terem contato com pelo menos três legisladores que testaram positivo para o novo coronavírus nos últimos dias.
Os ministros da Fazenda, Ignacio Briones, do Interior Gonzalo Blumel (ambos muito próximos do presidente Sebastián Piñera), do Desenvolvimento Social, Sebastián Sichel, e o secretário-geral da Presidência, Felipe Ward, entraram em quarentena.
No fim de semana, mais de 20 legisladores iniciaram uma quarentena preventiva depois de se reunir com dois senadores infectados, incluindo o vice-presidente do Senado, Rabindranath Quinteros (Partido Socialista), que sem sintomas viajou de avião para Puerto Montt, no sul do país.