Chile deve voltar a ser presidido por uma mulher
Dos nove candidatos, três são mulheres: a ex-ministra conservadora Evelyn Matthei, a ex-presidente Michele Bachelet e a costureira Roxana Miranda
Da Redação
Publicado em 19 de novembro de 2013 às 12h51.
Santiago do Chile - Nove candidatos, o maior número da história, concorrerão pela presidência do Chile nas eleições do dia 17 de novembro, quando o Parlamento será renovado e, pela primeira vez, os conselheiros regionais serão eleitos por voto popular.
O prazo de inscrição de candidaturas no Serviço Eleitoral terminou à meia noite desta terça-feira. As eleições presidenciais terão seu primeiro turno no dia 17 de novembro e o segundo turno, caso seja necessário, será no dia 15 de dezembro.
Quatro economistas, dois advogados, um cineasta, uma médica e uma costureira formam a variada oferta eleitoral, com uma candidata da direita, três que apontam ao centro político e cinco representantes da esquerda.
Dos nove candidatos, três são mulheres: a ex-ministra conservadora Evelyn Matthei, a ex-presidente Michele Bachelet e a costureira Roxana Miranda.
A ex-presidente (2006-2010), vista como provável ganhadora no primeiro turno com mais de 50% das preferências em várias enquetes, estava automaticamente inscrita após vencer as primárias da coligação Nova Maioria, derrotando outros três pré-candidatos no dia 30 de julho.
Essa aliança eleitoral une quatro partidos da coalizão de centro-esquerda - Socialista, Democracia Cristã, Pela Democracia e Radical-, ao Partido Comunista e a um pequeno e novo partido chamado Esquerda Cidadã.
A principal rival de Bachelet é Matthei, ex-ministra do Trabalho de Sebastián Piñera e candidata da Aliança, atual coalizão conservadora do governo que reúne a União Democrata Independente (UDI) e a Renovação Nacional (RN).
A direita se alinhou finalmente com Matthei após uma profunda crise interna aberta quando o vencedor das primárias de junho, Pablo Longueira, também da UDI, renunciou no dia 17 de julho, alegando depressão.
Ainda não foram feitas enquetes que tratem de todos os candidatos agora inscritos, mas os dois únicos que parecem poder quebrar este duopólio político são Marco Enríquez-Ominami, do Partido Progressista, e Franco Parisi, independente.
Enríquez-Ominami, cineasta de 40 anos saído das cadeiras do socialismo, já surgiu como alternativa em 2009, quando conseguiu 20,19% dos votos, embora isso não tenha sido suficiente para levá-lo ao segundo turno, no qual Sebastián Piñera se impôs perante Eduardo Frei.
Por outro lado, Parisi, economista de 45 anos, estreia como candidato na disputa, na qual entrou após assessorar alguns movimentos sociais. Crítico da política tradicional, garante que vai adotar o melhor da direita e da esquerda.
Os outros cinco candidatos contam com um apoio minoritário e nem sequer são citados em muitas enquetes.
Três deles estão à esquerda da Nova Maioria de Bachelet, como é o caso de Roxana Miranda, costureira de 46 anos e presidente do Partido Igualdade, fundado em 2009 com o auxílio de diversos movimentos sociais.
O Partido Ecologista Verde aposta por Alfredo Sfeir, economista de 65 anos que trabalhou durante 30 anos no Banco Mundial, enquanto o Partido Humanista e a Esquerda Unida apoiam Marcel Claude, também economista, que fez carreira no Banco Central do Chile e em alguns grupos de defesa do meio ambiente.
Em um difuso centro político se encontram Tomás Jocelyn-Holt, ex-deputado democrata-cristão e agora candidato independente, e Ricardo Israel, do Partido Regionalista dos Independentes (PRI), formação que flerta com a Aliança conservadora.
Após a inscrição de candidaturas, o Serviço Eleitoral tem dez dias para validar ou objetar as postulações por assuntos administrativos.
No dia 17 de novembro, acontecerão também as eleições parlamentares para renovar 20 das 38 cadeiras do Senado e todos os 120 membros da Câmara dos Deputados, com 56 candidatos à câmara alta e 404 à câmara baixa.
Em ambas câmaras, a oposição tem hoje a maioria, mas não tem quórum suficiente para aprovar reformas constitucionais como as que quer Bachelet, que propôs redigir uma nova Constituição que substitua à imposta pelo ditador Augusto Pinochet em 1980.
Além disso, pela primeira vez, serão eleitos por voto popular os conselheiros regionais, que até agora eram designados pelos vereadores dos municípios de cada região e que somam um total de 278.
O novo sistema de inscrição automática e o voto voluntário também deve estrear no pleito: ele foi usado pela primeira vez nas eleições municipais de outubro de 2012, com uma abstenção de 60%. EFE
Santiago do Chile - Nove candidatos, o maior número da história, concorrerão pela presidência do Chile nas eleições do dia 17 de novembro, quando o Parlamento será renovado e, pela primeira vez, os conselheiros regionais serão eleitos por voto popular.
O prazo de inscrição de candidaturas no Serviço Eleitoral terminou à meia noite desta terça-feira. As eleições presidenciais terão seu primeiro turno no dia 17 de novembro e o segundo turno, caso seja necessário, será no dia 15 de dezembro.
Quatro economistas, dois advogados, um cineasta, uma médica e uma costureira formam a variada oferta eleitoral, com uma candidata da direita, três que apontam ao centro político e cinco representantes da esquerda.
Dos nove candidatos, três são mulheres: a ex-ministra conservadora Evelyn Matthei, a ex-presidente Michele Bachelet e a costureira Roxana Miranda.
A ex-presidente (2006-2010), vista como provável ganhadora no primeiro turno com mais de 50% das preferências em várias enquetes, estava automaticamente inscrita após vencer as primárias da coligação Nova Maioria, derrotando outros três pré-candidatos no dia 30 de julho.
Essa aliança eleitoral une quatro partidos da coalizão de centro-esquerda - Socialista, Democracia Cristã, Pela Democracia e Radical-, ao Partido Comunista e a um pequeno e novo partido chamado Esquerda Cidadã.
A principal rival de Bachelet é Matthei, ex-ministra do Trabalho de Sebastián Piñera e candidata da Aliança, atual coalizão conservadora do governo que reúne a União Democrata Independente (UDI) e a Renovação Nacional (RN).
A direita se alinhou finalmente com Matthei após uma profunda crise interna aberta quando o vencedor das primárias de junho, Pablo Longueira, também da UDI, renunciou no dia 17 de julho, alegando depressão.
Ainda não foram feitas enquetes que tratem de todos os candidatos agora inscritos, mas os dois únicos que parecem poder quebrar este duopólio político são Marco Enríquez-Ominami, do Partido Progressista, e Franco Parisi, independente.
Enríquez-Ominami, cineasta de 40 anos saído das cadeiras do socialismo, já surgiu como alternativa em 2009, quando conseguiu 20,19% dos votos, embora isso não tenha sido suficiente para levá-lo ao segundo turno, no qual Sebastián Piñera se impôs perante Eduardo Frei.
Por outro lado, Parisi, economista de 45 anos, estreia como candidato na disputa, na qual entrou após assessorar alguns movimentos sociais. Crítico da política tradicional, garante que vai adotar o melhor da direita e da esquerda.
Os outros cinco candidatos contam com um apoio minoritário e nem sequer são citados em muitas enquetes.
Três deles estão à esquerda da Nova Maioria de Bachelet, como é o caso de Roxana Miranda, costureira de 46 anos e presidente do Partido Igualdade, fundado em 2009 com o auxílio de diversos movimentos sociais.
O Partido Ecologista Verde aposta por Alfredo Sfeir, economista de 65 anos que trabalhou durante 30 anos no Banco Mundial, enquanto o Partido Humanista e a Esquerda Unida apoiam Marcel Claude, também economista, que fez carreira no Banco Central do Chile e em alguns grupos de defesa do meio ambiente.
Em um difuso centro político se encontram Tomás Jocelyn-Holt, ex-deputado democrata-cristão e agora candidato independente, e Ricardo Israel, do Partido Regionalista dos Independentes (PRI), formação que flerta com a Aliança conservadora.
Após a inscrição de candidaturas, o Serviço Eleitoral tem dez dias para validar ou objetar as postulações por assuntos administrativos.
No dia 17 de novembro, acontecerão também as eleições parlamentares para renovar 20 das 38 cadeiras do Senado e todos os 120 membros da Câmara dos Deputados, com 56 candidatos à câmara alta e 404 à câmara baixa.
Em ambas câmaras, a oposição tem hoje a maioria, mas não tem quórum suficiente para aprovar reformas constitucionais como as que quer Bachelet, que propôs redigir uma nova Constituição que substitua à imposta pelo ditador Augusto Pinochet em 1980.
Além disso, pela primeira vez, serão eleitos por voto popular os conselheiros regionais, que até agora eram designados pelos vereadores dos municípios de cada região e que somam um total de 278.
O novo sistema de inscrição automática e o voto voluntário também deve estrear no pleito: ele foi usado pela primeira vez nas eleições municipais de outubro de 2012, com uma abstenção de 60%. EFE