Chevron elevou artificialmente pressão em Frade
Segundo a agência, a Chevron não utilizou dados de resistência da rocha
Da Redação
Publicado em 19 de julho de 2012 às 22h04.
Rio de Janeiro - A Chevron cometeu vários erros que levaram ao primeiro vazamento no campo de Frade, na bacia de Campos, inclusive equívocos no gerenciamento da pressão, na interpretação de dados geológicos, injeção da água, revestimento do poço, além de não ter considerado dados de resistência da rocha naquela região.
"A própria empresa elevou artificialmente a pressão no trecho do reservatório onde houve o 'kick', criando as condições para que o acidente se concretizasse", disse nesta quinta-feira a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, ao apresentar resultados de uma investigação feita pela agência.
Segundo ela, a Chevron não utilizou dados de resistência da rocha. Se tivesse utilizado, teria concluído que poço em Frade não poderia ter sido perfurado.
"Se tivesse usado esses dados disponíveis, o projeto que foi usado no poço teria se mostrado inviável", explicou, destacando que o vazamento no local, em novembro, poderia ter sido evitado.
"A Chevron não foi capaz de interpretar corretamente a geologia... apesar de já haver 62 poços perfurados no campo de frade. E foi isso que causou o 'kick' iniciador que culminou na exsudação do óleo", acrescentou ela.
O documento sobre as investigações do primeiro vazamento na área operada pela petroleira norte-americana indicou ainda que a empresa descumpriu a regulamentação e o seu próprio manual de procedimentos, conforme antecipou a Reuters na noite de quarta-feira.
A ANP concluiu que 3,7 mil barris de óleo foram derramados desde novembro do ano passado --atualmente ainda vazam 20 litros por dia.
A Chevron, por outro lado, tem afirmado que sempre agiu de forma diligente e apropriada, de acordo com as melhores práticas da indústria.
No dia 27, segundo a diretora da ANP, a própria Chevron vai entregar documentos necessários para a retomada da produção na área. Ela não deu prazo para a autorização ser concedida, mas já havia demonstrado anteriormente que a reguladora não deve se opor a isso.
A ANP disse, no entanto, que a Chevron só poderá retomar atividades exploratórias se demonstrar que compreendeu as causas do incidente, provando que pode perfurar e reinjetar água nos poços com segurança.
Normas
A multa para a Chevron em função do vazamento será calculada dentro de 30 dias, informou a ANP nesta quinta-feira.
A ANP disse ainda que não vê necessidade de mudar as normas para o setor em função do vazamento na área da Chevron, segundo Raphael Moura, superintendente da área de Segurança Operacional e Meio Ambiente da agência.
Mas a agência passou a convocar petroleiras que atuam no Brasil a apresentar suas análises de riscos de projetos de petróleo, disse a diretora-geral do órgão regulador.
A agência disse que a análise de risco do poço onde houve o vazamento da Chevron, um documento importante para a operação, não estava na plataforma na bacia de Campos, conforme determina a regra.
De acordo com a ANP, o volume derramado em Frade correspondeu a 96 por cento do total de vazamentos de petróleo registrados no Brasil em 2011.
Rio de Janeiro - A Chevron cometeu vários erros que levaram ao primeiro vazamento no campo de Frade, na bacia de Campos, inclusive equívocos no gerenciamento da pressão, na interpretação de dados geológicos, injeção da água, revestimento do poço, além de não ter considerado dados de resistência da rocha naquela região.
"A própria empresa elevou artificialmente a pressão no trecho do reservatório onde houve o 'kick', criando as condições para que o acidente se concretizasse", disse nesta quinta-feira a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, ao apresentar resultados de uma investigação feita pela agência.
Segundo ela, a Chevron não utilizou dados de resistência da rocha. Se tivesse utilizado, teria concluído que poço em Frade não poderia ter sido perfurado.
"Se tivesse usado esses dados disponíveis, o projeto que foi usado no poço teria se mostrado inviável", explicou, destacando que o vazamento no local, em novembro, poderia ter sido evitado.
"A Chevron não foi capaz de interpretar corretamente a geologia... apesar de já haver 62 poços perfurados no campo de frade. E foi isso que causou o 'kick' iniciador que culminou na exsudação do óleo", acrescentou ela.
O documento sobre as investigações do primeiro vazamento na área operada pela petroleira norte-americana indicou ainda que a empresa descumpriu a regulamentação e o seu próprio manual de procedimentos, conforme antecipou a Reuters na noite de quarta-feira.
A ANP concluiu que 3,7 mil barris de óleo foram derramados desde novembro do ano passado --atualmente ainda vazam 20 litros por dia.
A Chevron, por outro lado, tem afirmado que sempre agiu de forma diligente e apropriada, de acordo com as melhores práticas da indústria.
No dia 27, segundo a diretora da ANP, a própria Chevron vai entregar documentos necessários para a retomada da produção na área. Ela não deu prazo para a autorização ser concedida, mas já havia demonstrado anteriormente que a reguladora não deve se opor a isso.
A ANP disse, no entanto, que a Chevron só poderá retomar atividades exploratórias se demonstrar que compreendeu as causas do incidente, provando que pode perfurar e reinjetar água nos poços com segurança.
Normas
A multa para a Chevron em função do vazamento será calculada dentro de 30 dias, informou a ANP nesta quinta-feira.
A ANP disse ainda que não vê necessidade de mudar as normas para o setor em função do vazamento na área da Chevron, segundo Raphael Moura, superintendente da área de Segurança Operacional e Meio Ambiente da agência.
Mas a agência passou a convocar petroleiras que atuam no Brasil a apresentar suas análises de riscos de projetos de petróleo, disse a diretora-geral do órgão regulador.
A agência disse que a análise de risco do poço onde houve o vazamento da Chevron, um documento importante para a operação, não estava na plataforma na bacia de Campos, conforme determina a regra.
De acordo com a ANP, o volume derramado em Frade correspondeu a 96 por cento do total de vazamentos de petróleo registrados no Brasil em 2011.