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Chavismo afirma que abandono de cargo por Maduro é "barbaridade"

O parlamentar chavista indicou que o que aconteceu hoje no plenário da Assembleia foi "um ato de insensatez"

Maduro: "Nenhum venezuelano, nenhuma venezuelana, por mais irracional que seja sua oposição ao governo, pode cogitar que o presidente não está exercendo suas funções" (REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)

Maduro: "Nenhum venezuelano, nenhuma venezuelana, por mais irracional que seja sua oposição ao governo, pode cogitar que o presidente não está exercendo suas funções" (REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)

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EFE

Publicado em 9 de janeiro de 2017 às 21h54.

Caracas - O chefe da bancada do chavismo no parlamento da Venezuela, Héctor Rodríguez, afirmou nesta segunda-feira que o abandono de cargo por parte do presidente do país, Nicolás Maduro, declarado hoje pela Assembleia Nacional, de maioria opositora, é uma "barbaridade do ponto de vista jurídico".

"Nenhum venezuelano, nenhuma venezuelana, por mais irracional que seja sua oposição ao governo, pode cogitar que o presidente não está exercendo suas funções. Você pode gostar ou não gostar dele, isso avaliaremos no final de 2018 quando tivermos eleições presidenciais", disse Rodríguez aos jornalistas.

O parlamentar chavista indicou que o que aconteceu hoje no plenário da Assembleia foi "um ato de insensatez, um ato de irracionalidade na política".

Para Rodríguez, a decisão do parlamento "é uma ação inútil que não vai ter nenhum efeito jurídico nem político, além de uma tentativa fracassada de golpe de Estado".

"Apelamos à democracia, apelamos à paz, apelamos à reflexão na oposição, nossas mãos seguem estendidas para trabalharmos juntos, para dialogar, para somar forças para resolver os problemas de todos os venezuelanos. Não é fazendo estes atos ridículos, estes atos ilegais, estes atos inconstitucionais que se vão resolver os problemas dos venezuelanos", acrescentou.

Rodríguez disse, além disso, que é "uma loucura" que a Assembleia tenha declarado o abandono de cargo pela avaliação que o Legislativo está fazendo da gestão do presidente Maduro, e não pela "ausência física" do chefe de Estado.

Segundo a Constituição da Venezuela, uma falta absoluta do presidente seria sua morte ou renúncia, a destituição decretada pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), sua incapacidade física ou mental, a revogação popular de seu mandato ou "o abandono do cargo, declarado como tal pela Assembleia Nacional".

Perante a falta absoluta do presidente, a Carta Magna obriga à realização de eleições universais, diretas e secretas.

A Constituição também estabelece que o presidente "é responsável por seus atos e pelo cumprimento das obrigações inerentes a seu cargo" e que "está obrigado a buscar a garantia dos direitos e liberdades dos venezuelanos e venezuelanas".

O abandono de cargo se decretaria então pelo descumprimento dessas obrigações por parte do presidente.

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