Chávez conversa com Kadafi e propõe criação de comissão de paz contra crise
O ministro da Comunicação e Informação do governo venezuelano confirmou que os dois conversaram pelo Twitter
Da Redação
Publicado em 3 de março de 2011 às 09h47.
Brasília – Na tentativa de encerrar a crise na Líbia, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, propôs-se a intermediar a criação de uma comissão de paz na região. Ele fez a sugestão ao presidente da Líbia, Muammar Kadafi, durante conversa por telefone. O ministro venezuelano da Comunicação e Informação, Andrés Izarra, confirmou o diálogo e a proposta de Chávez ao líbio. No entanto, não houve ainda uma sinalização sobre a proposta por parte de Kadafi.
A sugestão será analisada pela Liga Árabe – que reúne 22 nações e rejeita a intervenção internacional na Líbia. O presidente venezuelano criticou a proposta liderada pelos Estados Unidos de impor intervenção internacional na região. As informações são da agência estatal de notícias da Venezuela, a Agência Venezuelana de Notícias (AVN).
Chávez alertou que o diálogo só será possível se houver respeito pela soberania e autodeterminação dos povos. “[Não se pode] impor a política das armas”, disse ele. "Não vamos nos deixar levar pelos tambores de guerra porque os Estados Unidos, tenho certeza, que eles estão exagerando e distorcendo a coisa para justificar uma invasão", afirmou.
Em seguida, via Twitter, o ministro da Comunicação e Informação do governo venezuelano confirmou que Chávez e Kadafi conversaram sobre a possível criação de uma comissão de paz, mas não disse se houve acordo. “O comandante Chávez confirma a conversa com Kadafi sobre a proposta da Comissão de Consolidação da Paz para a Líbia", disse Izarra.
Na última segunda-feira (28), Chávez recomendou a criação de uma comissão que ele denominou de boa vontade para servir como um mediador e buscar uma solução pacífica para o conflito interno na Líbia.
Para o presidente venezuelano, a comissão deve ser formada por países querem uma solução política para a situação. Segundo Chávez, poderão compor o grupo representantes da Venezuela, de Cuba, da Bolívia, da Nicarágua, da República Dominicana, do Equador, de Antigua e de Barbuda e São Vicente e Granadinas, além de europeus e sul-americanos.