Jylland Posten: jornal dinamarquês é o mesmo que havia publicado charge sobre Maomé, gerando protestos (AFP/AFP)
AFP
Publicado em 28 de janeiro de 2020 às 12h49.
O jornal dinamarquês "Jyllands Posten" se negou, nesta terça-feira (28), a pedir desculpas à China pela publicação de uma charge do coronavírus, o que provocou a ira da embaixada da China em Copenhague.
Publicada na segunda-feira (27) nas páginas do jornal escandinavo e assinada por Niels Bo Bojesen, a charge mostra uma bandeira chinesa e, no lugar das tradicionais estrelas amarelas na parte superior esquerda, há desenhos do novo coronavírus.
Em sua página on-line, a embaixada da China na Dinamarca classificou a charge de "insulto à China, que fere o povo chinês".
Segundo as autoridades chinesas em Copenhague, o desenho superou o "limite ético da liberdade de expressão". A embaixada exigiu do jornal e de seu cartunista "uma desculpa pública ao povo chinês".
"Não podemos nos desculpar por algo que não achamos que está errado. Não temos a intenção de humilhar, nem de brincar, e não acreditamos que o desenho tenha", declarou hoje o editor do jornal, Jacob Nybroe, na página da versão digital do veículo.
O surto de pneumonia viral, que se originou na metrópole de Wuhan (centro da China), deixou mais de 100 mortos na China, com mais de 4.500 infectados no total.
Esta não é a primeira polêmica do "Jylland Posten". Em 2005, o jornal deflagrou uma onda de protestos violentos no mundo árabe, após a publicação de charges de Maomé.