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Chanceler do Panamá cobra que Odebrecht "preste contas"

"Essa empresa terá que prestar contas, devolver o que corresponde ao povo panamenho", respondeu De Saint Malo

Odebrecht: por sua parte, a Odebrecht Panamá expressou sua "inteira disposição" para cooperar com as autoridades do país (Paulo Whitaker/Reuters)

Odebrecht: por sua parte, a Odebrecht Panamá expressou sua "inteira disposição" para cooperar com as autoridades do país (Paulo Whitaker/Reuters)

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EFE

Publicado em 2 de janeiro de 2017 às 18h48.

Cidade do Panamá - A vice-presidente e chanceler do Panamá, Isabel De Saint Malo, afirmou nesta segunda-feira que a construtora Odebrecht, acusada de pagar US$ 59 milhões em subornos para conseguir contratos no país, terá que "devolver o que corresponde ao povo panamenho".

"Essa empresa terá que prestar contas, devolver o que corresponde ao povo panamenho", respondeu De Saint Malo às perguntas dos jornalistas às portas da Assembleia Nacional do Panamá.

Para isso, acrescentou a chanceler, "teria que haver algum tipo de acordo", algo que deverá ser dilucidado pela Justiça panamenha.

"Em outros países se estabeleceu uma forma de pagamento em até 10, 20 anos, com um calendário, depende de cada país", completou.

O Ministério Público panamenho anunciou que pedirá mediante assistência judicial informação aos Estados Unidos, cujo Departamento de Justiça revelou em dezembro que a construtora brasileira pagou US$ 59 milhões em subornos no Panamá entre 2009 e 2014.

A construtora supostamente aplicou a prática dos subornos em mais de 100 projetos em 12 países da América Latina e da África onde pagou aproximadamente US$ 788 milhões, de acordo com os documentos americanos.

O membro do Conselho de Administração da Odebrecht e encarregado da nova política anticorrupção da empresa, Sérgio Foguel, qualificou no último dia 22 de dezembro como "desvios de conduta lamentáveis" o pagamento de subornos pela construtora a funcionários desses país.

Por sua parte, a Odebrecht Panamá expressou sua "inteira disposição" para cooperar com as autoridades do país, cujo Executivo, presidido por Juan Carlos Varela, já anunciou que a possibilidade de a construtora participar de futuras licitações está condicionada a que colabore com as investigações locais e ressarça o Estado.

A construtora, que tem 8.000 trabalhadores no Panamá, está atualmente envolvida em projetos como a construção da linha 2 do metrô da Cidade do Panamá, por mais de US$ 1,85 bilhão; a renovação da cidade de Colón, por US$ 537 milhões, e a ampliação do aeroporto de Tocumen, por cerca de US$ 800 milhões.

"Confiamos que o Ministério Público e o Sistema de Administração de Justiça deslindarão responsabilidades e aplicarão as sanções correspondentes aos responsáveis pelos atos de corrupção", disse hoje Varela em discurso de prestação de contas perante o parlamento.

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