Hugo Chavez carrega a bandeira da Venezuela: Venezuela e Paraguai retiraram seus respectivos embaixadores em junho, por conta da destituição de Fernando Lugo (©AFP / Juan Barreto)
Da Redação
Publicado em 17 de outubro de 2012 às 15h06.
Caracas - A Chancelaria da Venezuela não confirmou, até o momento, a suposta expulsão de diplomatas paraguaios que trabalham em Caracas, anunciada nesta quarta-feira pelo chanceler do país, José Félix Fernández Estigarribia.
"Não há informação oficial a respeito", disse à Agência Efe um porta-voz do escritório de Imprensa do Ministério das Relações Exteriores. Outro funcionários do vice-ministérios de Relações Exteriores para a América Latina e o Caribe também não comentaram o assunto.
O cônsul do Paraguai, Raúl Silva, disse que funcionários do vice-ministério venezuelano comunicaram a expulsão ao pessoal de sua legação "na noite de segunda-feira".
O chanceler paraguaio disse em Assunção que o governo está tramitando o retorno ao país de funcionários que trabalham na embaixada em Caracas depois que, segundo disse, fossem advertidos, extraoficialmente, da expulsão.
Venezuela e Paraguai retiraram seus respectivos embaixadores em junho, por conta da destituição do então presidente paraguaio, Fernando Lugo, e das posteriores acusações de ingerência do novo governo de Assunção contra o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro.
Lugo foi destituído em um controvertido julgamento político no Legislativo e substituído no cargo pelo então vice-presidente do país, Federico Franco, em 22 de junho.
Essa destituição derivou na suspensão do Paraguai da União das Nações Sul-americanas (Unasul ) e do Mercosul, bloco que também decretou o ingresso da Venezuela como membro pleno, determinações que as autoridades paraguaias qualificam de "ilegal".
O novo governo sustenta que Maduro, que estava em Assunção junto a uma missão de chanceleres da Unasul para oferecer apoio a Lugo, supostamente pediu aos chefes militares paraguaios para que apoiassem o então presidente perante o processo a que estava sendo submetido no Congresso.
Maduro denunciou, em 25 de julho, que os setores golpistas do Paraguai tinham começado uma perseguição política e repetiu que estava em Assunção como membro da Unasul.