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Catar diz que não cederá a pressão de vizinhos árabes

Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Barein e Egito romperam as relações com Doha na segunda-feira

Catar: "Fomos isolados porque somos bem-sucedidos e progressistas. Somos uma plataforma para a paz, não o terrorismo" (Streeter Lecka/Getty Images)

Catar: "Fomos isolados porque somos bem-sucedidos e progressistas. Somos uma plataforma para a paz, não o terrorismo" (Streeter Lecka/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 8 de junho de 2017 às 16h27.

Doha - O Catar prometeu nesta quinta-feira sair do isolamento imposto por outros Estados árabes por seu suposto apoio ao terrorismo e disse que não está disposto a mudar sua política externa para resolver a maior crise diplomática da região rica em petróleo em anos.

Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Barein e Egito romperam as relações com Doha na segunda-feira, acusando o pequeno país do golfo Pérsico de apoiar o arquirrival Irã e militantes islâmicos- acusações que o Catar classifica de infundadas. Vários outros países seguiram o exemplo mais tarde.

Os futuros mediadores, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o emir do Kuweit, têm lutado para aliviar uma crise que os catarianos dizem ter levado a um bloqueio de seu país.

O ministro das Relações Exteriores, xeique Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, disse que o Catar ainda não recebeu uma lista de demandas dos países que cortaram os laços diplomáticos e de transporte, mas insistiu que o assunto seja resolvido pacificamente.

"Fomos isolados porque somos bem-sucedidos e progressistas. Somos uma plataforma para a paz, não o terrorismo. Esta disputa está ameaçando a estabilidade em toda a região", disse o xeique Mohammed a repórteres em Doha.

"Não estamos dispostos a abdicar, e jamais estaremos dispostos a abdicar da independência de nossa política externa."

O fechamento pela Arábia Saudita da única fronteira terrestre do Catar provocou temores de grandes aumentos de preços e escassez de alimentos para a população de 2,7 milhões de pessoas, com longas filas se formando em supermercados que começaram a ficar sem estoque.

Com as cadeias de suprimentos interrompidas e a ansiedade aumentando sobre o agravamento da turbulência econômica, bancos e empresas dos países árabes do Golfo estão tentando manter as ligações comerciais com o Catar abertas e evitar uma venda rápida e dispendiosa de ativos.

"Não estamos preocupados com a falta de alimentos, estamos bem. Podemos viver para sempre assim, estamos bem preparados", disse xeique Mohammed.

Ele disse que o Irã está pronto para enviar suprimentos de comida ao emirado, uma potência de investimentos e fornecedor de gás natural a mercados mundiais, mas pequeno e dependente de importações.

O presidente Trump inicialmente tomou partido com o grupo liderado pela Arábia Saudita antes de aparentemente ser levado a adotar uma abordagem mais equitativa quando autoridades de defesa dos EUA renovaram elogiais a Doha, conscientes da principal base militar dos EUA hospedada pelo Catar que serve, em parte, como uma plataforma de lançamento para ataques a insurgentes do Estado Islâmico.

Em sua segunda intervenção em tantos dias, Trump pediu na quarta-feira a ação contra o terrorismo em um telefonema com o emir do Catar Tamim Bin Hamad al-Thani e ofereceu ajuda para resolver a crise, inclusive em uma reunião na Casa Branca.

Mas uma autoridade do Catar disse na quinta-feira que o emir não aceitaria o convite.

"O emir não tem planos de deixar o Catar enquanto o país estiver sob um bloqueio", disse a autoridade à Reuters.

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