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Castro pede que Obama levante embargo contra Cuba

Durante a reunião, os dois presidentes "trocaram pontos de vista sobre a recente visita do papa Francisco a ambos países"


	Presidentes Obama e Castro em reunião histórica: decidiram "continuar trabalhando em uma agenda bilateral fixada na cooperação de terceiros países e desenvolvimento do diálogo bilateral"
 (Reuters / Kevin Lamarque)

Presidentes Obama e Castro em reunião histórica: decidiram "continuar trabalhando em uma agenda bilateral fixada na cooperação de terceiros países e desenvolvimento do diálogo bilateral" (Reuters / Kevin Lamarque)

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Da Redação

Publicado em 29 de setembro de 2015 às 13h53.

O presidente cubano, Raúl Castro, pediu nesta terça-feira ao colega americano, Barack Obama, a suspensão do embargo contra Havana, em uma reunião bilateral na sede das Nações Unidas, informou o chanceler cubano, Bruno Rodríguez.

"O presidente cubano reiterou que, para que haja relações normais entre Cuba e Estados Unidos, deve ser levantado o bloqueio que causa danos e privações ao povo cubano", declarou Rodríguez em coletiva ao final do encontro.

"O ritmo do processo de normalização das relações bilaterais dependerá da suspensão do bloqueio, que a realidade do bloqueio seja modificada substancialmente mediante as amplas faculdades que o presidente dos Estados Unidos tem", acrescentou.

Durante a reunião, realizada em um "ambiente respeitoso e construtivo", segundo ele, os dois presidentes "trocaram pontos de vista sobre a recente visita do papa Francisco a ambos países".

Também decidiram "continuar trabalhando em uma agenda bilateral fixada na cooperação de terceiros países e desenvolvimento do diálogo bilateral", segundo o chanceler.

Obama e Raúl Castro realizaram sua primeira reunião bilateral desde a abertura das embaixadas, em julho passado, após 50 anos de relações rompidas.

Obama e Castro apertaram as mãos no início do encontro, o segundo entre os dois desde a reunião de abril durante a Cúpula das Américas no Panamá, após o início da aproximação entre Washington e Havana.

Enquanto Obama esboçava um grande sorriso, Castro apareceu mais sóbrio, diante dos olhares do secretário de Estado americano, John Kerry, e do ministro das Relações Exteriores cubano, Bruno Rodríguez.

Na segunda-feira, em seu discurso ante a Assembleia Geral da ONU, Obama pediu o levantamento do embargo de seu país contra Havana diante do olhar de Castro, presente pela primeira vez no grande encontro anual das Nações Unidas.

Em seu discurso, mais tarde no mesmo dia, Castro destacou a aproximação entre Havana e Washington, mas advertiu que ainda há um longo processo em direção à normalização dos laços bilaterais que só será concluído com o fim do bloqueio.

O Congresso é o único facultado para desmontar o embargo, uma estrutura legal em vigor desde 1962 que está codificado em várias normativas, a mais completa delas a lei Helms-Burton de 1996.

O partido Republicano, que controla as duas câmaras do Congresso, é um opositor ferrenho da aproximação com Cuba e se nega a levantar as sanções contra a ilha.

Mas como demonstrou com outros assuntos na reta final de seu mandato, Obama não deixou que a oposição republicana interrompesse a aproximação com Cuba, localizada a apenas 140 quilômetros da Flórida (sudeste).

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