LGBT: proposta permite aos oficiantes de casamentos religiosos na Austrália a opor-se a realizar estas uniões, mas o impede no caso de oficiantes civis (Adam Berry/Getty Images)
EFE
Publicado em 29 de novembro de 2017 às 08h21.
Camberra - O Senado da Austrália aprovou nesta quarta-feira a proposta para legalizar os casamentos entre pessoas do mesmo sexo, em seu penúltimo trâmite legislativo, duas semanas depois que estas uniões receberam o aval em um referendo não vinculativo.
A proposta de lei apresentada pelo senador liberal Dean Smith foi aprovada sem emendas com 43 votos a favor, 12 contra e várias abstenções e ausências, e entre aplausos, lágrimas e expressões de alegria por parte de seus simpatizantes.
A decisão do Senado transfere a iniciativa legislativa à Câmara dos Deputados, que retomará suas sessões na próxima segunda-feira e deve ratificar a lei antes do Natal.
Antes da votação, Smith ressaltou que a iniciativa reflete como a comunidade de lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e intersexuais passou "da rejeição à tolerância, da tolerância à aceitação e agora da aceitação à amparada".
A proposta permite aos oficiantes de casamentos religiosos a opor-se a realizar estas uniões, mas o impede no caso de oficiantes civis, tal como pediam vários legisladores conservadores.
O debate parlamentar começou depois que mais de 61% dos australianos expressou seu apoio à legalização destas uniões em uma consulta postal não vinculativa convocada pelo primeiro-ministro, Malcolm Turnbull, em cumprimento de uma promessa eleitoral.
Este resultado permitiu a apresentação do projeto para reformar a Lei de Casamentos de 1961, que foi modificada em 2004 para detalhar que o casamento é exclusivo entre uma mulher e um homem.
Em dezembro de 2013, o Tribunal Superior anulou uma lei que permitia os casamentos de pessoas do mesmo sexo no Território da Capital Australiana por considerar que transgredia a Lei Federal de Casamentos de 1961.
Os estados da Tasmânia e Nova Gales do Sul também derrubaram propostas similares no passado.