Casagrande diz querer ir além da continuidade no ES
Desafio principal será fazer frente ao aumento dos gastos públicos
Da Redação
Publicado em 1 de janeiro de 2011 às 17h44.
O governador eleito do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), tomou posse do cargo diante de um plenário lotado de autoridades e com as galerias tomadas por populares na Assembleia Legislativa, em Vitória. O vice-governador do estado é Givaldo Vieira (PT). Casagrande discursou rapidamente e foi para o Palácio Anchieta, onde o ex-governador Paulo Hartung (PMDB) o aguardava. Hartung, que deixa o cargo com uma aprovação recorde de 90%, teve uma atuação bastante discreta. Transferiu a faixa de governador e foi para Brasília sem acompanhar toda a cerimônia.
Do lado de fora do Palácio Anchieta, foi montado um palco na praça João Clímaco, no centro histórico da capital. O pastor Hernandes Dias Lopes, da igreja presbiteriana, e o arcebispo de Vitória, Dom Luiz Mancilha Vilela, fizeram leituras da bíblia, e em seguida Casagrande discursou novamente. Ao fim, voltou para o palácio para receber os cumprimentos. A cerimônia toda durou cerca de 4 horas.
Eleito com 82,3% dos votos válidos - segunda maior votação no país - Casagrande conta bom trânsito no governo federal, já que foi líder do PSB no Senado. Essa boa relação com o PT, inclusive viabilizou a candidatura dele, já que Hartung, a princípio, pensava em apoiar Ricardo Ferraço (PMDB), que acabou eleito senador.
Nos dois discursos que fez, Casagrande reconheceu os avanços obtidos por Hartung, mas realçou que sua gestão quer ir além da continuidade. "É necessário avançar na redução das desigualdades regionais e na promoção das boas políticas sociais hoje em curso". Ainda segundo ele, "o desenvolvimento social é um direito, uma escolha do conjunto da sociedade, e o governo do Estado tem de ser indutor e não obstáculo a esses objetivos".
O primeiro desafio pela frente é o aumento de custeio da máquina pública, já que foram entregues muitas obras e programas no último ano no sistema prisional, na saúde, educação e assistência social. Será necessário manter o equilíbrio fiscal e ao mesmo tempo atender às expectativas sempre crescentes da população capixaba. Em contrapartida, Casagrande recebe uma administração eficiente, bem estruturada, e dinheiro em caixa - cerca de R$ 1 bilhão - para enfrentar os desafios do futuro.