Manifestação em frente à embaixada dos EUA no Irã: dificultar a diplomacia pode deixar o presidente Barack Obama sem opções, segundo Casa Branca (Behrouz Mehri/AFP)
Da Redação
Publicado em 13 de novembro de 2013 às 10h15.
Washington - A Casa Branca alertou nesta quarta-feira os congressistas americanos que consideram a aprovação de sanções mais fortes contra o Irã que dificultar a diplomacia pode deixar o presidente Barack Obama sem opções, a não ser o uso da força militar contra o programa nuclear iraniano.
"Os americanos não querem ir para a guerra", declarou o porta-voz da Presidência, Jay Carney, aumentando o tom da administração Obama contra os parlamentares que rejeitaram um acordo provisório com Teerã.
Carney advertiu que, se os esforços de Obama para resolver a crise nuclear iraniana diplomaticamente falharem, ou forem bloqueados, restarão ao presidente americano poucas opções, entre elas a militar.
Alguns congressistas já haviam alertado para o perigo de as novas sanções mencionadas por senadores dos dois partidos no Congresso atrapalharem as negociações de um acordo entre Irã e Estados Unidos.
"O povo americano, justificada e compreensivelmente, prefere uma solução pacífica que impeça o Irã de obter armas nucleares. Se esse acordo for alcançado, haverá potencial para isso", garantiu Carney, acrescentando que "a alternativa seria uma ação militar".
"O secretário de Estado (John Kerry) será claro: estabelecer novas sanções seria um erro. Solicitamos uma pausa na atualidade, uma pausa temporal nas sanções", declarou a porta-voz da pasta, Jennifer Psaki, anunciando que Kerry enviará a mesma mensagem, ao meio-dia de quarta-feira, à influente Comissão Bancária do Senado.
"Sanções mais duras permitirão incitar o Irã a desmantelar seu programa de armas nucleares, de uma forma que se possa verificar", alega o senador e presidente da poderosa Comissão de Relações Exteriores da Câmara Alta, o democrata Robert Menendez.
Analistas criticam duramente essa linha mais rígida de ação, estimando que o Congresso pode entorpecer as negociações diplomáticas.
Essa postura dá "argumentos aos que mantêm uma linha dura (no Irã) de que o Ocidente não é sério" em seu compromisso diplomático com Teerã, afirma o especialista Colin Kahl, do Center for a New American Security.
Já o presidente do National Iranian American Council, Trita Pars, teme que o presidente iraniano, Hassan Rohani, não possa manter por muito tempo sua posição de abertura.
"Irã e o grupo 5+1 (formado por Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia, China e Alemanha) devem conseguir um acordo antes que o Congresso se manifeste e feche a janela da diplomacia", afirma.