Imagem de arquivo: O presidente americano Donald Trump durante desentendimento com o jornalista Jim Acosta, da CNN (Kevin Lamarque/Reuters)
EFE
Publicado em 19 de novembro de 2018 às 14h31.
Última atualização em 19 de novembro de 2018 às 14h31.
Washington - A Casa Branca enviou uma carta a Jim Acosta, o jornalista da emissora "CNN" que teve a credencial de imprensa retirada e depois devolvida nos últimos dias, na qual adverte que voltará a suspender essa permissão de trabalho no final deste mês, quando termina uma ordem temporária emitida por um juiz.
Segundo informou nesta segunda-feira o canal transmitido pela televisão, a Casa Branca planeja tirar de novo de Acosta a credencial permanente depois de ter suspendido a mesma como consequência de um tenso desentendimento com o presidente Donald Trump em uma entrevista coletiva.
Um juiz federal emitiu na sexta-feira uma ordem urgente na qual exigia que a Casa Branca devolvesse temporariamente a credencial de Acosta durante pelo menos 14 dias, um prazo que terminará no final deste mês a não ser que o magistrado decida estendê-lo.
Quando Acosta recuperou sua credencial, na sexta-feira, a maioria dos analistas interpretaram que ele ficaria com ela até, pelo menos durante o tempo que durasse o litígio entre o Governo e a emissora "CNN", algo que pode durar meses a não ser que ambas as partes cheguem a um acordo extrajudicial.
Mas Brian Stelter, um correspondente da CNN que escreve uma coluna especializada em veículos de imprensa, afirmou na última hora de domingo que Acosta tinha recebido uma carta na qual a Casa Branca "indicava que sua credencial ficará suspensa de novo uma vez que caduque a ordem" temporária do juiz, de 14 dias.
Em comunicado, a CNN acusou a Casa Branca de "seguir violando a Primeira e Quinta Emenda da Constituição", que garantem a liberdade de expressão e o devido processo, respectivamente.
"Estas ações ameaçam todos os jornalistas e veículos de imprensa. Jim Acosta e a CNN seguirão informando sobre as notícias relacionadas com a Casa Branca e o presidente", acrescentou a emissora.
A porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, anunciou na sexta-feira que o escritório de Trump restabeleceria "temporariamente a credencial permanente" de Acosta, mas não esclareceu por quanto tempo.
Vários veículos de imprensa, entre eles a emissora favorita de Trump, "Fox News", respaldaram a "CNN" na reivindicação contra a Casa Branca, preocupados com o impacto na liberdade de imprensa do gesto contra Acosta, que não tem precedentes pelo menos na história recente dos EUA.
A Casa Branca justificou a suspensão da credencial de Acosta pela sua reticência a ceder o microfone depois de fazer uma pergunta a Trump durante uma entrevista coletiva.