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Caribe corre contra o tempo antes da chegada de novo furacão

Autoridades francesas declararam "alerta roxo", de grau máximo, em Saint Martin e Saint Barths

Ventos fortes durante a passagem do furacão Irma no Caribe (Andres Martinez Casares/Reuters)

Ventos fortes durante a passagem do furacão Irma no Caribe (Andres Martinez Casares/Reuters)

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AFP

Publicado em 9 de setembro de 2017 às 16h20.

Última atualização em 9 de setembro de 2017 às 16h21.

As ilhas de Saint Martin e Saint Barth, no Caribe, devastadas na passagem do furacão Irma, preparavam-se neste sábado, em uma corrida contra o tempo, para a chegada do furacão José, que irá interromper os trabalhos de resgate.

Espera-se que José, cuja intensidade aumentou para o nível 4, passe na noite de hoje 100 km ao norte de Saint Martin, que foi 95% destruída pelo Irma, furacão que chegou hoje a Cuba e deve atingir o estado americano da Flórida neste domingo.

Autoridades francesas declararam "alerta roxo", de grau máximo, em Saint Martin e Saint Barths.

A passagem de José trará "ondas potentes, cujos pontos mais baixos alcançarão entre seis e oito metros, fortes chuvas e rajadas de vento de até 150 km/h", segundo a agência meteorológica francesa Météo France.

A passagem de dois furacões tão potentes ao mesmo tempo pelo Atlântico não tem precedentes, declarou à AFP o meteorologista da Météo France Frédéric Nathan.

O presidente francês, Emmanuel Macron, convocou uma reunião de autoridades de seu governo no Eliseu, ante o risco de uma nova tragédia.

José ameaça paralisar o transporte aéreo, o que já aconteceu com o marítimo. Um quebra-cabeça para as equipes de resgate, que tentam retirar água e entregar mantimentos aos moradores destas ilhas.

Escombros perigosos

A ilha franco-holandesa de Saint Martin, de 70 mil habitantes, está repleta de resíduos, pedaços de chapa, sucata e vegetais, relatou um jornalista da AFP. Os escombros poderiam se transformar em "projéteis capazes de ferir ou matar" durante a passagem de José, alertou ao jornal NRC o comandante da Marinha holandesa, Peter Jan de Vin.

"É ilusório" acreditar que Saint Martin possa estar preparada para a chegada de José, assinalou.

No pequeno aeroporto de Grand-Case, apenas os habitantes mais vulneráveis, como gestantes, crianças e idosos, estavam sendo removidos para a vizinha Guadalupe.

Em Saint Martin serão abertos nove abrigos com capacidade para 1,6 mil pessoas durante a passagem de José, prometeu hoje a ministra francesa de Ultramar, Annick Girardin.

Mas muita gente não recebe informações suficientes e alguns, reunidos no aeroporto de Grand-Case, perguntavam a socorristas e gendarmes a localização dos abrigos.

- Saques -

Militares franceses e holandeses patrulhavam as ruas de Saint Martin, embora testemunhas tenham relatado invasões em várias lojas. Na parte francesa, 11 pessoas foram presas por saques, segundo os gendarmes.

Um total de 410 gendarmes e 80 policiais patrulham atualmente o lado francês, segundo o Ministério do Interior.

"O ambiente é tenso. As pessoas circulam armadas", contou o comandante Jan de Vin.

Segundo o holandês Dick Algra, 61, ele e cerca de 50 turistas se entrincheiraram em um hotel para se proteger. "Grupos de indivíduos, às vezes famílias inteiras, percorrem as ruas com facas e armas de fogo", contou ao jornal "Telegraaf".

Segundo o Ministério francês do Interior, foi enviado um reforço de mais de 1.100 pessoas para as duas ilhas, incluindo 300 bombeiros, 30 funcionários da área médica e dezenas de engenheiros.

Autoridades devem esperar a passagem de José para distribuir água e alimentos. Enquanto isso, "já foram distribuídas 3 mil rações alimentares, e mais 100 mil serão entregues", informou hoje o diretor-geral da Divisão de Segurança Civil e Gestão de Crises (DGSCGC), Jacques Witkowski.

A seguradora pública francesa indicou neste sábado que os danos causados pelo Irma nas duas ilhas somariam 1,45 bilhão de dólares.

No total, o furacão deixou 25 mortos em sua passagem pelo Caribe. Com uma intensidade que oscila entre as categorias 4 e 5, Irma chegou hoje a Cuba, onde mais de 10 mil turistas estrangeiros e milhares de turistas domésticos foram transferidos para lugares seguros.

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