Exame Logo

Capitão de navio da Itália não é 'covarde', diz advogado

Francesco Schettino é acusado de abandonar o cruzeiro Costa Concordia antes de completar a retirada dos passageiros

'O capitão Schettino me pareceu muito afetado pelo drama humano deste assunto', disse o advogado do comandante que é acusado de homicídio múltiplo e naufrágio (AFP / Enzo Russo)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de janeiro de 2012 às 13h21.

Roma - O advogado do capitão do cruzeiro naufragado na Itália na sexta-feira, Francesco Schettino, disse nesta quarta-feira que o acusado de abandonar o navio antes de completar a retirada dos passageiros não lhe deu a impressão de ser 'nem covarde nem criminoso'.

Bruno Leporatti compareceu em entrevista coletiva na localidade de Grosseto (centro da Itália) para defender Schettino perante a opinião pública. A juíza encarregada do caso decidiu na terça-feira tirá-lo da prisão e colocá-lo em prisão domiciliar.

'Encontrei uma pessoa afetada, que não me deu a impressão nem de ser covarde nem criminoso. O capitão Schettino me pareceu, no entanto, muito afetado pelo drama humano deste assunto', comentou Leporatti.

Ele acrescentou que 'o capitão está alterado e miserável pelo que ocorreu, profundamente comovido não tanto pela perda do navio, que para um comandante da marinha é gravíssimo, mas pelas perdas de vidas humanas', que, até o momento são calculadas em 11.

O advogado explicou que Schettino, pelo menos até a noite de terça-feira, não tinha recebido carta alguma da empresa responsável pela embarcação, Costa Cruzeiros, que lhe suspendesse de toda atividade na companhia.


Ele ressaltou que o juiz de um eventual processo é quem terá que decidir se o capitão é responsável pelos delitos dos quais é acusado: homicídio múltiplo, abandono do navio e naufrágio.

Leporatti afirmou que 'não há dúvidas' de que Schettino realizou uma manobra equivocada à frente do cruzeiro 'Costa Concordia' e indicou que até estudar todo o sumário da investigação, com as transcrições das conversas telefônicas e os interrogatórios, não poderá dizer se ele mentiu à Capitania dos Portos sobre a gravidade do naufrágio.

Em outro comparecimento perante a imprensa nesta quarta-feira, o promotor-chefe de Grosseto, Francesco Verusio, anunciou que tem a intenção de recorrer da decisão da juíza de instrução Valeria Montesarchio de ditar prisão domiciliar para o capitão, no lugar de prisão preventiva como tinham solicitado.

Verusio afirmou que 'é possível que (Schettino) possa fugir' e que 'por sua personalidade e pelos delitos que atribuem a ele' não querem que se livre de suas responsabilidades perante o naufrágio do cruzeiro, que deixa mais de 20 desaparecidos.

Em declarações a uma emissora de rádio, o promotor de Grosseto definiu Schettino como um homem 'mau': 'Mau na manobra, no abandono do navio, ao não ter dirigido as operações de resgate, ao não ter dado nenhuma ordem. Acho que seu comportamento foi inqualificável e imperdoável'.

'Até admitindo que tivesse caído no bote salva-vidas, podia também ter voltado ao navio como capitão não? Há algum outro que voltou', comentou Verusio.

Veja também

Roma - O advogado do capitão do cruzeiro naufragado na Itália na sexta-feira, Francesco Schettino, disse nesta quarta-feira que o acusado de abandonar o navio antes de completar a retirada dos passageiros não lhe deu a impressão de ser 'nem covarde nem criminoso'.

Bruno Leporatti compareceu em entrevista coletiva na localidade de Grosseto (centro da Itália) para defender Schettino perante a opinião pública. A juíza encarregada do caso decidiu na terça-feira tirá-lo da prisão e colocá-lo em prisão domiciliar.

'Encontrei uma pessoa afetada, que não me deu a impressão nem de ser covarde nem criminoso. O capitão Schettino me pareceu, no entanto, muito afetado pelo drama humano deste assunto', comentou Leporatti.

Ele acrescentou que 'o capitão está alterado e miserável pelo que ocorreu, profundamente comovido não tanto pela perda do navio, que para um comandante da marinha é gravíssimo, mas pelas perdas de vidas humanas', que, até o momento são calculadas em 11.

O advogado explicou que Schettino, pelo menos até a noite de terça-feira, não tinha recebido carta alguma da empresa responsável pela embarcação, Costa Cruzeiros, que lhe suspendesse de toda atividade na companhia.


Ele ressaltou que o juiz de um eventual processo é quem terá que decidir se o capitão é responsável pelos delitos dos quais é acusado: homicídio múltiplo, abandono do navio e naufrágio.

Leporatti afirmou que 'não há dúvidas' de que Schettino realizou uma manobra equivocada à frente do cruzeiro 'Costa Concordia' e indicou que até estudar todo o sumário da investigação, com as transcrições das conversas telefônicas e os interrogatórios, não poderá dizer se ele mentiu à Capitania dos Portos sobre a gravidade do naufrágio.

Em outro comparecimento perante a imprensa nesta quarta-feira, o promotor-chefe de Grosseto, Francesco Verusio, anunciou que tem a intenção de recorrer da decisão da juíza de instrução Valeria Montesarchio de ditar prisão domiciliar para o capitão, no lugar de prisão preventiva como tinham solicitado.

Verusio afirmou que 'é possível que (Schettino) possa fugir' e que 'por sua personalidade e pelos delitos que atribuem a ele' não querem que se livre de suas responsabilidades perante o naufrágio do cruzeiro, que deixa mais de 20 desaparecidos.

Em declarações a uma emissora de rádio, o promotor de Grosseto definiu Schettino como um homem 'mau': 'Mau na manobra, no abandono do navio, ao não ter dirigido as operações de resgate, ao não ter dado nenhuma ordem. Acho que seu comportamento foi inqualificável e imperdoável'.

'Até admitindo que tivesse caído no bote salva-vidas, podia também ter voltado ao navio como capitão não? Há algum outro que voltou', comentou Verusio.

Acompanhe tudo sobre:EuropaItáliaMortesNaviosPaíses ricosPiigsTransportes

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame