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Candidatos à Presidência da França divergem sobre o euro

Sarkozy disse que ajudou a conduzir a zona do euro no auge da crise da dívida, já Hollande acusou o adversário de complicar a situação das finanças públicas francesas

Sarkozy insinuou que o rival - cada vez mais à frente nas pesquisas para o primeiro turno - não tem a experiência necessária para um momento de crise (Lionel Bonaventure/AFP)

Sarkozy insinuou que o rival - cada vez mais à frente nas pesquisas para o primeiro turno - não tem a experiência necessária para um momento de crise (Lionel Bonaventure/AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de abril de 2012 às 10h14.

Paris - Os candidatos presidenciais franceses divergiram sobre a crise do euro em suas últimas declarações antes do primeiro turno, que será realizado no domingo, para o qual todas as pesquisas indicam a vantagem do socialista François Hollande contra o impopular Nicolas Sarkozy, candidato à reeleição.

Em entrevistas a rádios nesta sexta-feira, Sarkozy disse que ajudou a conduzir a zona do euro no auge da crise da dívida, e que isso o qualifica como o candidato mais preparado. Já Hollande acusou o adversário de complicar a situação das finanças públicas francesas.

O ágio pago sobre os títulos franceses com vencimento em dez anos subiu para mais de 1,5 ponto percentual acima dos papéis alemães que balizam o mercado, num possível sinal de nervosismo dos investidores com a possibilidade de um governo esquerdista em Paris.

"O risco de o euro implodir não existe mais", disse Sarkozy à rádio RTL. "A Europa está convalescente. Essa é a realidade. Não podemos nos dar ao luxo de cometer qualquer erro. No minuto em que relaxarmos no corte de gastos, na redução do déficit e na redução da dívida, a França irá partilhar do destino da Espanha", disse Sarkozy, referindo-se ao forte endividamento do país vizinho.

Ele insinuou que o rival - cada vez mais à frente nas pesquisas para o primeiro turno, e franco favorito na rodada decisiva em 6 de maio - não tem a experiência necessária para um momento de crise. "Durante dez anos ele foi o chefe do Partido Socialista. Ele não foi o chefe de muita coisa, a verdade é essa." À rádio Europe 1, Hollande disse que os problemas orçamentários franceses decorrem das políticas de Sarkozy nos últimos cinco anos. Ele defendeu uma ação de toda a Europa para retomar o crescimento.

"O importante é pôr as nossas finanças públicas em ordem. Elas foram postas completamente de ponta-cabeça nesses últimos anos devido à política fiscal irresponsável e à crise", afirmou o socialista, no último dia da campanha antes do primeiro turno.

Ele propôs que o Banco Central Europeu adote uma posição radicalmente diferente da atual, concedendo empréstimos diretamente aos países endividados da zona do euro, e não aos bancos, e mantendo os juros baixos. Ele reconheceu, no entanto, que a Alemanha não toparia essa postura.

As propostas financeiras de Hollande giram mais em torno da elevação da carga tributária - especialmente para o setor financeiro - do que cortes de gastos públicos. Isso preocupa os investidores e pode elevar o custo da dívida francesa.

Uma nova pesquisa do instituto Ipsos mostrou que Sarkozy caiu de 27 para 25,5 por cento, enquanto Hollande tem 29 por cento.

Os radicais Marine Le Pen (direita), com 14 a 16 pontos, e Jean-Luc Mélenchon (esquerda), cerca de 14, travam uma acirrada disputa pela terceira colocação. O centrista François Bayrou vem em quinto, com aproximadamente 10 pontos, e há também cinco candidatos "nanicos" concorrendo.

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