Primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras: a previsão, contudo, é que nenhum dos partidos obtenha a proporção necessária de votos (REUTERS/Christian Hartmann)
Da Redação
Publicado em 18 de setembro de 2015 às 09h40.
Atenas - O ex-primeiro-ministro grego Alexis Tsipras minimizou nesta sexta-feira algumas pesquisas de intenção de voto que apontam derrota de seu partido, o esquerdista Syriza, para a rival conservadora Nova Democracia na eleição parlamentar da Grécia.
No último dia de campanha oficial para as eleições gerais de domingo, Tsipras disse ter um grande grupo de partidários não refletidos pelas sondagens, à medida que pesquisas mostram indefinição sobre o resultado e algumas apontam vitória conservadora.
A previsão, contudo, é que nenhum dos partidos obtenha a proporção necessária de votos -cerca de 38 por cento- para conquistar a maioria no Parlamento de 300 lugares. Ou seja, é quase certo que terá de ser formado um governo de coalizão.
"Há um conjunto de eleitores que estão abaixo do radar, não estão sendo rastreados", afirmou Tsipras em declarações à TV grega ANT 1.
Cinco pesquisas de opinião na quinta e na sexta mostraram o quanto a eleição na Grécia está acirrada, pois os resultados são divergentes e indicam que não haverá um vencedor absoluto quando os votos forem apurados. O vencedor terá de conduzir reformas econômicas profundas e necessárias para um pacote de resgate de 86 bilhões de euros negociado em agosto, a recapitalização dos bancos do país e o relaxamento dos controles de capital impostos este ano para evitar a implosão do sistema financeiro nacional.
Todas as pesquisas mostraram que o partido de esquerda Syriza, de Tsipras, e o conservador Nova Democracia, de Vangelis Meimarakis, estão a pouca distância um do outro. Das últimas cinco sondagens publicadas, duas colocam o Syriza à frente, duas apontam a Nova Democracia na liderança e uma indica empate técnico.
Dado que o cumprimento do pacote de resgate da Grécia está em questão, muitos na sede da UE em Bruxelas e em outras capitais europeias gostariam de ver uma ampla coalizão emergindo da eleição.
O Syriza e o Nova Democracia se comprometam a respeitar os termos do resgate, mas ambos discordam sobre questões cruciais, tais como a liberalização do mercado de trabalho, a negociação coletiva e a imigração.