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Campanha mexicana termina com candidato a prefeito assassinado em frente às câmeras

Alfredo Cabrera, aspirante a ser prefeito de Coyuca de Benítez, foi baleado no sul do país no seu último evento de campanha

Com este homicídio, pelo menos 24 candidatos foram assassinados desde o início do processo eleitoral em setembro de 2023 (AFP/AFP Photo)

Com este homicídio, pelo menos 24 candidatos foram assassinados desde o início do processo eleitoral em setembro de 2023 (AFP/AFP Photo)

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Agência de notícias

Publicado em 30 de maio de 2024 às 14h24.

A campanha para as eleições gerais de domingo (2) no México terminou na quarta-feira com uma cena de horror capturada pelas câmeras: o assassinato de um candidato a prefeito atacado pelas costas por um homem armado durante um comício. Alfredo Cabrera foi baleado no sul do país no seu último evento de campanha.

O assassinato foi registrado em um vídeo gravado por seus apoiadores. Mostra Cabrera, sorridente e rodeado de apoiadores, quando leva vários tiros, o que causou pânico entre os presentes no evento. A cena lembrou o assassinato, em 1994, do então candidato presidencial Luis Donaldo Colosio, que abalou o país.
O político aspirava a ser prefeito de Coyuca de Benítez, município do estado de Guerrero. Membros da Guarda Nacional militarizada podem ser vistos no local do crime, embora neste momento não esteja claro se estavam monitorando o comício.

Segundo o Ministério Público Federal do México, “o suposto agressor foi morto no local”. Outras três pessoas teriam ficado feridas e outras duas foram detidas, relataram testemunhas.

Com este homicídio, pelo menos 24 candidatos foram assassinados desde o início do processo eleitoral em setembro de 2023, segundo as autoridades. No entanto, a organização Data Cívica reporta trinta assassinatos. 
Xóchitl Gálvez, candidata da mesma coalizão de partidos de Cabrera (PRI, PAN e PRD), manifestou “indignação” pelo seu assassinato em uma mensagem na rede social X, na qual disse que o conhecia pessoalmente. “Ele era um homem generoso e bom”, escreveu.

O PRI, onde o político atuou, lamentou que a campanha “terminou de forma violenta” e culpou o governo de Guerrero – do partido de esquerda no poder – por não ter feito “nem o menor esforço” para proteger os candidatos.

 "Fazer história"

Enquanto isso, a esquerdista Claudia Sheinbaum, grande favorita para se tornar a primeira mulher presidente do México, encerrou a sua campanha perante milhares de seguidores no Zócalo da capital, a principal praça pública do país.

“Neste dia 2 de junho, mais uma vez, vamos fazer história”, disse em seu discurso a ex-prefeita da Cidade do México, uma cientista de 61 anos de origem judaica.
“Está comprovado que um país não pode avançar se apenas os mais prósperos forem favorecidos (…). Nunca mais salários de fome no nosso país" prometeu Sheinbaum, do partido governante Morena.
De acordo com uma média de pesquisas da empresa Oraculus, ela está à frente da centro-direitista Gálvez por 17 pontos para ser a sucessora do popular presidente Andrés Manuel López Obrador. A disputa é completada pelo ex-deputado centrista Jorge Álvarez Máynez, terceiro nas pesquisas.

Sheinbaum reiterou que dará continuidade aos programas sociais aos quais o presidente deve grande parte da sua popularidade de 66%, assim como à sua controversa estratégia de atacar a violência do tráfico de drogas desde as raízes, na sua opinião a pobreza e a marginalização.

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