Mundo

Campanha de Putin prevê subordinação de autoridades a povo

O premiê russo antecipa a criação de tribunais administrativos que serão encarregados de estudar as queixas interpostas pelos cidadãos contra a administração pública

Putin "serão criados mecanismos reais de controle social sobre as atividades do governo nos âmbitos mais sensíveis do ponto de vista da corrupção e ineficácia" (Getty Images)

Putin "serão criados mecanismos reais de controle social sobre as atividades do governo nos âmbitos mais sensíveis do ponto de vista da corrupção e ineficácia" (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de janeiro de 2012 às 09h52.

Moscou - O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, prometeu nesta quinta-feira a subordinação das autoridades ao povo em seu programa para as eleições presidenciais do dia 4 de março, quando concorrerá como candidato governista.

'Garantiremos a subordinação das autoridades ao povo. Serão criados mecanismos reais de controle social sobre as atividades do governo nos âmbitos mais sensíveis do ponto de vista da corrupção e ineficácia', diz o programa.

O programa, com o qual o líder russo tentará se sobrepor aos maiores protestos antigovernamentais em mais de 20 anos, foi publicado em um novo site (www.putin2012.ru).

Putin menciona as forças de segurança, a habitação, as compras públicas e a construção de estradas como esferas mais propensas à corrupção.

Sobre isso, ele antecipa a criação de tribunais administrativos que serão encarregados de estudar as queixas interpostas pelos cidadãos contra a administração pública.

'Devemos garantir a cada pessoa a liberdade de decisão, liberdade que deve se basear na Justiça', diz.

Também promete que a partir de agora as principais decisões e projetos de lei serão submetidos a amplo debate com a participação da cidadania, dos empresários e das organizações civis e profissionais.

'O Estado é obrigado a criar condições para que os direitos de cada cidadão sejam defendidos, para que cada um possa ter uma vida digna (...) e tornar realidade na maior medida possível seu potencial', afirma.


Putin garante o progressivo aumento das pensões e subsídios para as famílias, dos salários dos professores e médicos, e a regulação dos serviços comunitários, uma das principais marcas nacionais.

Em matéria econômica, o programa reconhece que o modelo baseado nos altos preços do petróleo herdado da União Soviética 'já expirou'.

'Nosso objetivo é criar em 20 anos pelo menos 25 milhões de postos de trabalho. Necessitamos também de um drástico crescimento dos investimentos', indica.

O programa insiste na necessidade de garantir a propriedade privada e a iniciativa empresarial, eliminando as barreiras burocráticas, enquanto estimula a exportação de matérias-primas mais processadas.

Putin acolhe a testemunha do presidente, Dmitri Medvedev, no que se refere à importância da inovação para modernizar a estrutura de produção na Rússia com o aumento do financiamento dos programas científicos e de desenvolvimento de altas tecnologias.

Entre outras medidas, promete exames clínicos gerais para toda a população e preços subsidiados dos bilhetes de avião para os habitantes das regiões mais remotas do país.

O candidato defende a cooperação em matéria de segurança coletiva, a luta contra o terrorismo, o controle de armamento, e o programa de rearmamento e modernização das Forças Armadas.

'As regras do jogo em política e economia internacional não podem se voltar contra a Rússia. Os passos unilaterais de nossos parceiros, sem levar em conta a opinião ou interesses da Rússia, receberão a correspondente resposta', afirma.

Putin ordenou na terça-feira a remodelação do Governo com a introdução de duas caras novas como vice-primeiros-ministros: o ideólogo do Kremlin Vladislav Surkov e o antigo embaixador russo na Otan Dmitri Rogozin. 

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEleiçõesEuropaPolíticaRússia

Mais de Mundo

Eleição no Uruguai: disputa pela Presidência neste domingo deverá ser decidida voto a voto

Eleições no Uruguai: candidato do atual presidente disputa com escolhido de Mujica

Putin sanciona lei que anula dívidas de quem assinar contrato com o Exército

Eleições no Uruguai: Mujica vira 'principal estrategista' da campanha da esquerda