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Cameron: relação entre imprensa e políticos foi muito próxima

O premiê depôs na comissão que investiga a relação entre os políticos e a mídia por causa do escândalo das escutas ilegais do jornal News of the World

Cameron "se tornou uma relação ruim. Como melhorá-la? Acho que, em parte, com transparência, melhor regulação, tomando um pouco de distância" (Carl Court/AFP)

Cameron "se tornou uma relação ruim. Como melhorá-la? Acho que, em parte, com transparência, melhor regulação, tomando um pouco de distância" (Carl Court/AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2012 às 18h11.

Londres - O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, disse nesta quinta-feira na comissão Leveson que a relação entre imprensa e políticos foi 'próxima demais' nos últimos 20 anos e se mostrou a favor de mais transparência.

Cameron depôs hoje na comissão presidida pelo juiz Brian Leveson, que investiga a relação entre os políticos e os meios de comunicação por causa do escândalo das escutas ilegais do extinto jornal 'News of the World'.

Nas primeiras declarações de um depoimento que se estenderá até o fim do dia, o chefe de governo conservador admitiu que o vínculo entre os políticos e a imprensa foi tão estreito que acabou se tornando prejudicial.

'Se tornou uma relação ruim. Como melhorá-la? Acho que, em parte, com transparência, melhor regulação, tomando um pouco de distância', opinou Cameron, que no ano passado estabeleceu a abertura da investigação sobre o caso das escutas.

Para o premier, o mais importante ao melhorar a relação passa pelo 'respeito' entre ambas as partes.

Cameron se referiu às pressões que afrontam os políticos porque vive-se atualmente em um mundo de 24 horas seguidas de notícias, o que teria levado as publicações a se concentrarem em 'encontrar um ângulo' da informação, em vez de falar de fatos concretos.

'Temos que sair do ciclo de notícias de 24 horas', disse. Segundo o primeiro-ministro, a investigação sobre o caso das escutas significa um 'momento de catarse' e a oportunidade de 'recompor' a relação entre os políticos e a imprensa.

Espera-se que o chefe de governo também responda hoje a perguntas sobre sua relação com o magnata da imprensa Rupert Murdoch, presidente do império midiático News Corporation, e com a ex-conselheira diretora da News Internacional (NEM, braço britânico do grupo de Murdoch) Rebekah Brooks.

Rebekah, que é acusada por obstrução à Justiça em relação ao caso das escutas, é amiga pessoal de Cameron e, em recente declaração à comissão Leveson, revelou detalhes das mensagens de texto que ambos trocavam.

Já depuseram na comissão os ex-primeiros-ministros trabalhistas Tony Blair e Gordon Brown, assim como o vice-primeiro-ministro, o liberal-democrata Nick Clegg, e o primeiro-ministro da Escócia, Alex Salmond, entre outros.

O 'News of the World' foi fechado em julho de 2011 ao se descobrir que a publicação grampeou celulares de ricos e famosos, assim como de vítimas de terrorismo e de membros das Forças Armadas britânicas, para obter informações exclusivas. EFE

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