Mundo

Cameron promete enfrentar o 'colapso moral' da sociedade britânica

O primeiro-ministro do Reino Unido também prometeu uma 'guerra total' contra as gangues, o que ele chamou de 'nova prioridade nacional'

Cameron: "Os problemas sociais que nos gangrenam há décadas explodiram em nossa cara" (Dan Kitwood/Getty Images)

Cameron: "Os problemas sociais que nos gangrenam há décadas explodiram em nossa cara" (Dan Kitwood/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2011 às 10h06.

Londres - O primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou nesta segunda-feira uma revisão da política do governo para resolver "colapso moral" da sociedade britânica que, em sua opinião, contribuiu para os distúrbios da semana passada em várias cidades da Inglaterra.

"Os problemas sociais que nos gangrenam há décadas explodiram em nossa cara", afirmou Cameron em um discurso num clube de jovens de seu reduto eleitoral de Oxford County (centro), após a onda inesperada de violência que ocorreu entre 6 e 9 de agosto.

"Estamos determinados a enfrentar o colapso moral em câmera lenta que ocorreu em várias partes do nosso país nos últimos anos, as gerações passadas?", perguntou o primeiro-ministro.

Cameron prometeu "reparar esta sociedade quebrada" com uma revisão, nas próximas semanas, de sua política sobre as escolas, prestações sociais, bem estar das crianças e vícios, entre muitos outros setores.

O primeiro-ministro também prometeu uma "guerra total" contra as gangues, o que ele chamou de "nova prioridade nacional".

"Lutar contra as gangues, o crime e os bandidos que fazem da vida das pessoas um inferno e contra-atacaremos duro", afirmou o primeiro-ministro, criticado nos últimos dias por ter contratado um "superpolicial americano" para ajudar a Scotland Yard aplicar a doutrina da "tolerância zero".

Os tumultos, que mataram cinco pessoas, começaram com a morte de Mark Duggan, 29 anos, nas mãos da polícia no bairro multiétnico Tottenham, em Londres, e rapidamente se espalharam pela capital e outras cidades inglesas.

Os incidentes, que mancharam a imagem do Reino Unido que, dentro de um ano, vai sediar os Jogos Olímpicos de Londres-2012, cessaram após a realização de detenções policiais, que já somam mais de 2.300.

Determinado a aplicar uma doutrina da "tolerância zero", o governo Cameron decidiu contratar um superpolicial americano, especializado na luta contra as gangues.

Bill Bratton, ex-chefe de polícia de Nova York, Boston e Los Angeles, onde ocorreram distúrbios que deixaram mortos em 1992, se converterá em consultor da Scotland Yard em temas de luta contra a violência urbana.

Esta decisão provocou descontentamento na polícia e vários policiais a questionaram publicamente.

Declarações anteriores de Cameron criticando os métodos da polícia, dominada pelos distúrbios, já causaram desgosto de alguns oficiais, desencadeando um início de polêmica.

Acompanhe tudo sobre:EuropaJustiçaLondresMetrópoles globaisPaíses ricosReino UnidoViolência urbana

Mais de Mundo

Trump escolhe bilionário Scott Bessent para secretário do Tesouro

Partiu, Europa: qual é o país mais barato para visitar no continente

Sem escala 6x1: os países onde as pessoas trabalham apenas 4 dias por semana

Juiz adia indefinidamente sentença de Trump por condenação em caso de suborno de ex-atriz pornô