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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.
Rio de Janeiro - A Camargo Corrêa tem interesse em se tornar operadora do consórcio Norte Energia, vencedor do leilão de concessão da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, afirmou nesta segunda-feira o presidente do Conselho de Administração da empresa, Vitor Hallack.
Segundo o executivo, a empreiteira não pretende ser investidora no projeto, mas quer usar sua experiência na construção de usinas para auxiliar o consórcio vencedor.
"Como construtor, nós temos expertise nas construções de hidrelétricas. Somos os maiores construtores do Brasil e estamos à disposição do consórcio", disse ele a jornalistas ao participar de um seminário no Rio de Janeiro.
Para Hallack, a Camargo Corrêa não tem interesse em ser investidora no projeto porque entende que o retorno financeiro não é satisfatório. "Declinamos dessa condição lá atrás e não nos propomos agora a sermos investidores. Enquanto prestadora de serviço, temos interesse porque esse é o nosso negócio."
"A decisão de não ser investidor foi tomada antes do leilão devido a um conjunto de fatores: você olha risco, retorno, financiamento, tarifa e isso tudo é diretamente interligado. O conjunto dessas variáveis nos levou a não participar enquanto investidor", acrescentou.
Realizado em 20 de abril após uma grande disputa judicial, o leilão da usina de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), contou com dois consórcios participantes, após a desistência de Camargo Corrêa e Odebrecht da disputa.
O consórcio Norte Energia, liderado por Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), Grupo Bertin (por meio da construtora Contern e Gaia Participações) e construtora Queiroz Galvão, ofereceu uma tarifa de 78 reais por megawatt-hora, deságio de 6 por cento em relação ao teto de 83 reais estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Annel).
Desde o fim do leilão, surgiram diversos rumores sobre alterações na composição do consórcio vencedor, mas nenhuma mudança foi confirmada até o momento.