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Câmara dos EUA desafia ameaça de veto e aprova lei agrícola

Lei amplia o seguro das safras com dinheiro público, mas omite os vales que garantem alimentos subsidiados para os pobres


	Sol em fazenda de Oakland city, Indiana, nos Estados Unidos: projeto foi aprovado por 216-208 votos, após duas horas de debate e sem direito à inclusão de emendas
 (Saul Loeb/AFP)

Sol em fazenda de Oakland city, Indiana, nos Estados Unidos: projeto foi aprovado por 216-208 votos, após duas horas de debate e sem direito à inclusão de emendas (Saul Loeb/AFP)

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Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2013 às 20h53.

Washington - A Câmara dos Deputados dos EUA, dominada pela oposição republicana, desafiou a ameaça de veto da Casa Branca e aprovou na quinta-feira uma lei agrícola que amplia o seguro das safras com dinheiro público, mas omite os vales que garantem alimentos subsidiados para os pobres.

O projeto de 608 páginas, apresentado pelos líderes republicanos na noite de quarta-feira, foi aprovado por 216-208 votos, após duas horas de debate e sem direito à inclusão de emendas.

Os líderes republicanos disseram que os vales alimentares, tradicionalmente incluídos na lei agrícola, serão tratados posteriormente, e que por enquanto o importante é iniciar negociações com o Senado para compatibilizar o projeto aprovado.

Democratas dizem que a verdadeira intenção da ação é isolar os vales alimentares, para que sofram grandes cortes de financiamento.

O projeto foi redigido de modo a atrair o apoio de conservadores fiscais republicanos, que haviam ajudado a derrubar uma versão anterior do projeto em 20 de junho, criando um impasse legislativo.

Apoiadores dessa versão, como o deputado Frank Lucas, presidente da Comissão de Agricultura, disseram que a lei de subsídio agrícola trará uma economia de 14 bilhões de dólares em uma década, além de desburocratizar programas de conservação.

"Temos outra oportunidade aqui hoje", disse Lucas, que prometeu redigir um projeto de lei relativo aos subsídios alimentares.

"Deem-nos uma chance. Deixe o lugar trabalhar." O deputado republicano Pete Sessions afirmou que o projeto aprovado é uma "tentativa honesta" de passar a uma negociação final com o Senado. Ele acrescentou que os vales alimentares poderão ser incluídos em um acordo entre as duas Casas.

A democrata Debbie Stabenow, presidente da Comissão de Agricultura do Senado, disse que o projeto da Câmara "não é uma verdadeira lei agrícola", mas que mesmo assim buscará um acordo com a Câmara.

O projeto do Senado, que inclui os benefícios alimentares, poupa 24 bilhões de dólares.

Em nota na noite de quarta-feira, a Casa Branca ameaçou vetar o projeto da Câmara por "não conter suficientes reformas no seguro de matérias-primas e safras" e por omitir os cupons alimentícios, oficialmente chamados de Programa de Assistência à Suplementação Nutricional.

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