Mundo

Califórnia e China desafiam Trump com parceria sobre clima

Governo da Califórnia e o Ministério de Ciência e Tecnologia chinês irão trabalhar juntos em uma parceria sobre energia limpa

Anúncio de Trump sobre a retirada do acordo global de 2015 contra a mudança climática foi classificado como "insano" pelo governador da Califórnia, Jerry Brown (Jonathan Ernst/Reuters)

Anúncio de Trump sobre a retirada do acordo global de 2015 contra a mudança climática foi classificado como "insano" pelo governador da Califórnia, Jerry Brown (Jonathan Ernst/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 6 de junho de 2017 às 11h28.

Pequim - A Califórnia anunciou que irá cooperar com a China em tecnologia limpa, comércio de carbono e outras iniciativas "positivas para o clima" na tentativa de preencher o vácuo criado pela decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retirar o país do acordo do clima de Paris na semana passada.

O governo da Califórnia e o Ministério de Ciência e Tecnologia chinês irão trabalhar juntos para desenvolver e comercializar know-how na captura e armazenamento de carbono, energia limpa e tecnologia da informação para conter os gases de efeito estufa, de acordo com um comunicado desta terça-feira.

O anúncio de Trump sobre a retirada do acordo global de 2015 contra a mudança climática foi classificado como "insano" pelo governador da Califórnia, Jerry Brown, que está visitando a China nesta semana.

A decisão foi vista como uma oportunidade para a China assumir a iniciativa política e diplomática, já que o país continua a prometer seu apoio incondicional ao acordo.

A omissão da liderança dos EUA foi "só temporário", disse Brown a repórteres nos bastidores de um fórum de energia limpa em Pequim nesta terça-feira, acrescentando que será necessário que a ciência e o mercado a superem.

O secretário de Energia norte-americano, Rick Perry, que estava na mesma conferência, não quis responder perguntas dos repórteres. Em um discurso anterior, Brown havia criticado aqueles que ainda "resistem à realidade".

"O mundo não está fazendo o suficiente", afirmou. "Estamos a caminho de um futuro muito negativo e desastroso, a menos que aceleremos o andamento da mudança".

Mais tarde Brown se encontrou com o presidente chinês, Xi Jinping, que incentivou a Califórnia a "desempenhar um papel maior na promoção de interações e cooperação entre a China e os Estados Unidos", relatou a agência de notícias estatal chinesa Xinhua.

Os compromissos assumidos por Pequim e Washington antes das conversas de Paris ajudaram a criar o ímpeto para garantir um acordo global, e incluíram uma promessa chinesa de criar uma bolsa de comércio de emissões de alcance nacional ainda neste ano.

Na semana passada Brown disse à Reuters que iria propor uma ligação das plataformas de comércio de carbono da China com as da Califórnia, as maiores dos EUA.

Mas a prioridade chinesa é se concentrar em seu próprio mercado de carbono, "que é grande o suficiente e complexo o suficiente", disse Ma Aimin, do Centro Nacional para a Estratégia de Mudança Climática e Cooperação Internacional, no mesmo fórum.

Acompanhe tudo sobre:CalifórniaChinaClimaDonald TrumpMudanças climáticas

Mais de Mundo

Programa espacial soviético colecionou pioneirismos e heróis e foi abalado por disputas internas

Há comida nos mercados, mas ninguém tem dinheiro para comprar, diz candidata barrada na Venezuela

Companhias aéreas retomam gradualmente os serviços após apagão cibernético

Radiografia de cachorro está entre indícios de esquema de fraude em pensões na Argentina

Mais na Exame