Caixões ecológicos deixam a morte mais “sustentável”
Feitos de vime, os caixões se decompõem no solo mais rápido do que materiais convencionais como MDF, madeiras e metais
Da Redação
Publicado em 19 de novembro de 2010 às 10h41.
São Paulo - Para tudo na vida existe um jeito, menos para a morte. Esta afirmação é verdadeira, mas agora é possível deixar a morte, pelo menos, mais sustentável. O jeito para isso é a utilização de um caixão ecológico, apresentado em uma feira de agências funerárias em Nova Orleans, nos Estados Unidos.
Durante o evento foram apresentadas diversas opções ecológicas para enterros, como urnas e caixões produzidos com jornais e outros mais elaborados, como o que é feito de vime, criado pela empresa inglesa Wicker Willow Coffins.
A empresa fez seu primeiro caixão de vime em 1998 e desde então não parou mais com sua fabricação. Para eles cada caixão criado é tão importante quanto o primeiro. Os produtos são feitos artesanalmente, explorando o cultivo local de vime. As famílias podem contribuir pessoalmente em cada caixão escolhendo uma variedade de faixas coloridas e alças para tornarem o caixão especial e único.
Estes caixões de vime estão entre os mais ecologicamente corretos disponíveis no mercado, já que o cultivo de vime é altamente renovável. A colheita anual envolve um processamento mínimo, além de ajudar o meio ambiente, fixando o carbono em suas hastes.
Existem cerca de 400 espécies de vime no gênero Salix. O vime usado na manufatura dos caixões cresce em coroa ou em pequenos arbustos. O crescimento é tão rápido que depois do corte o vime retoma a altura em um ano. Cada coroa pode durar até sessenta anos, antes que precise de um replantio. Em condições favoráveis o vime tende a se decompor no solo muito mais rapidamente do que materiais convencionais como MDF, madeiras e metais.
O vime é um material neutro em carbono e, quando queimado, lança na atmosfera apenas a mesma quantidade de carbono que ele consumiu em seu crescimento e vida. Todos os caixões são completamente naturais, não são usados produtos químicos ou colas. Eles são concluídos manualmente usando material cultivado localmente, a cinco quilômetros das instalações e oficinas.