22º Carlinhos Cachoeira - R$ 319 (Roosewelt Pinheiro/Abr)
Da Redação
Publicado em 15 de abril de 2012 às 10h54.
São Paulo – O contador do empresário Carlos Augusto Ramos , o Carlinhos Cachoeira, sacou, no ano eleitoral de 2010, 8,5 milhões de reais de um depósito feito pela construtora Delta, diz reportagem do jornal Folha de São Paulo deste domingo. Segundo perícias em sigilo bancário da Polícia Federal às quais o jornal teve acesso, Geovani Pereira da Silva, apontado como tesoureiro do esquema de Cachoeira, sacou os recursos de uma conta aberta em nome de uma empresa de fachada.
A Delta depositou, ao todo, 27,2 milhões de reais de maio de 2010 a agosto de 2011 em uma conta aberta especialmente para receber esses recursos, diz a reportagem, citando a PF. A conta bancária foi aberta em Anápolis, cidade natal de Cachoeira, em nome da empresa Alberto e Pantoja construções e transportes Ltda.. No lugar onde a empresa deveria funcionar, em Brasília, funciona uma empresa de lanternagem e pintura. A PF investiga se o uso do dinheiro teve fins eleitorais.
Geovani Pereira da Silva é o único foragido da Operação Monte Carlo, que investiga as atividades de Carlinhos Cachoeira. Ele seria o elo financeiro do bicheiro junto a políticos. Já a empreiteira Delta é, desde 2006, a construtora que mais recebeu repasses federais, principalmente para as obras do Programa de Aceleração do Crescimento. A empresa despontou em 2000, a partir de contratos firmados com o governo do Rio. Segundo a PF, a Delta faz parte do esquema de Cachoeira.
Em resposta à Folha, a Delta disse, por meio de assessoria, que dará resposta quando for instada por “foro judicial adequado” e que as empresas que recebem verbas são fornecedoras. Já a defesa de Cachoeira disse que não responde a questões pontuais, uma vez que o cliente está em isolamento no Presídio Federal de Mossoró.