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Cabe aos EUA acabar com a violência e não a nós, diz Talibã

O Talibã disse para os EUA deixarem de usar a força para evitar perdas humanas e financeiras no governo do Afeganistão

Talibã: os EUA tem atualmente 14 mil soldados no país (Parwiz/Reuters)
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Reuters

Publicado em 3 de maio de 2019 às 11h58.

Cabul — O enviado especial de paz dos Estados Unidos para o Afeganistão deveria parar de pedir que os militantes do Talibã deponham as armas, e sim dizer ao próprio país que pare de usar a força, disse o Talibã nesta sexta-feira.

O diplomata dos EUA Zalmay Khalilzad, nascido no Afeganistão, participou de uma sexta rodada de conversas com o grupo islâmico radical no Catar nesta semana na tentativa de encerrar a guerra norte-americana mais longa de todas.

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"Em nossa sessão de abertura, enfatizei ao Talibã que o povo afegão, que são seus irmãos e irmãs, querem que esta guerra acabe", tuitou Khalilzad. "É hora de depor as armas, interromper a violência e adotar a paz".

O porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, publicou uma série de tuítes duros em resposta.

"@US4AfghanPeace (o endereço de Twitter de Khalilzad) deveria esquecer a ideia de depormos nossas armas", disse.

"Ao invés de tais fantasias, ele deveria meter na cabeça (dos EUA) que parem de usar a força e incorrer em mais perdas humanas e financeiras para o governo decadente de Cabul".

Ele disse que os EUA precisam parar de repetir estratégias fracassadas esperando resultados diferentes.

"Seria melhor se @US4AfghanPeace criasse coragem para dar nome aos bois, e não dizer que são bovinos, e aceitar a realidade atual".

Combates intensos continuam em todo o país, e o Talibã controla ou influencia mais territórios do que em qualquer momento desde que foi expulso por tropas lideradas pelos EUA após os ataques de 11 de setembro de 2001 em solo norte-americano.

Washington tem cerca de 14 mil soldados no Afeganistão, parte de uma missão comandada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), conhecida como Apoio Resoluto, que está treinando e auxiliando forças de segurança afegãs em sua luta contra combatentes do Talibã e grupos extremistas, como o Estado Islâmico e a Al Qaeda.

Depois de cinco rodadas de conversas, Khalilzad relatou algum progresso rumo a um acordo a respeito da retirada das tropas dos EUA e de como o Talibã impediria que extremistas usem o Afeganistão para realizar ataques.

O Talibã insiste que as negociações não podem avançar até que as forças estrangeiras partam.

 

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