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Busca por petróleo pode criar caos ecológico nas Malvinas

Para a Argentina, atividades de prospecção petrolífera que o Reino Unido realiza nas ilhas Malvinas afetarão os países sul-americanos

Há meses, algumas empresas britânicas do setor do petróleo realizam tarefas de prospecção petrolífera em águas ao redor do arquipélago (Felipe Dana/Divulgação/EXAME)
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Da Redação

Publicado em 26 de janeiro de 2012 às 19h40.

Buenos Aires - O ministro de Relações Exteriores da Argentina , Héctor Timerman, afirmou nesta quinta-feira que as atividades de prospecção petrolífera que o Reino Unido realiza nas ilhas Malvinas 'podem causar um caos ecológico' que afetará os países sul-americanos.

Ao comparecer perante uma comissão do Senado, Timerman destacou que o Reino Unido 'se preparou para utilizar, explorar e beneficiar-se com os recursos naturais renováveis e não renováveis que existem no território das Malvinas', sob domínio britânico e cuja soberania é reivindicada pela Argentina.

Há meses, algumas empresas britânicas do setor do petróleo realizam tarefas de prospecção petrolífera em águas ao redor do arquipélago.

Os resultados dessa busca foram hoje qualificados como 'decepcionantes' pelo ministro de Energia do Reino Unido, Chris Huhne.

No entanto, Timerman disse que as atividades exploratórias, que continuam, não só violam resoluções das Nações Unidas, mas provocam um 'severo risco ambiental' que 'pode criar um caos ecológico' como já 'ocorreu no Golfo do México e no Mar do Norte'.

'Nós e os irmãos do Mercosul (Brasil, Paraguai e Uruguai) seremos as principais vítimas. Por isso, esse também é um tema muito delicado', frisou o chanceler argentino.

Perante a Comissão de Relações Exteriores do Senado, Timerman reiterou que 'a única forma de recuperar a soberania e ter um território integrado é através do direito, da razoabilidade e das negociações'.


Destacou também a unidade de critério na Argentina sobre este tema. 'Não estamos falando de uma facção política, mas em nome do povo argentino e das forças democráticas', salientou.

Em um projeto de declaração, a Comissão de Relações Exteriores do Senado, integrada por legisladores governistas e opositores, repudiou hoje as declarações do primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, que chamou a Argentina de 'colonialista' por reivindicar a soberania das Malvinas.

O documento critica ainda 'a permanente rejeição ao reiterado mandato das Nações Unidas e aos múltiplos chamados da comunidade internacional, instando à Argentina e ao Reino Unido a retomar as negociações'.

O projeto de declaração condena 'todos os atos que impliquem prospecção ou exploração de recursos naturais renováveis e não renováveis em territórios ilegalmente ocupados militarmente por potências estrangeiras, como é o caso específico das Ilhas Malvinas, consideradas em situações de colonização subsistente desde o século 19'.

Por outra parte, o texto agradece a Chile, Uruguai e Brasil 'por suas recentes manifestações reiterando o compromisso assumido' de impedir o ingresso em seus portos de navios identificados com a 'bandeira ilegal' das Malvinas.

Argentina e o Reino Unido se enfrentaram em uma curta, mas sangrenta guerra nas Malvinas em 1982, que terminou em junho daquele ano com a rendição das tropas argentinas que haviam ocupado o arquipélago em abril.

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Buenos Aires - O ministro de Relações Exteriores da Argentina , Héctor Timerman, afirmou nesta quinta-feira que as atividades de prospecção petrolífera que o Reino Unido realiza nas ilhas Malvinas 'podem causar um caos ecológico' que afetará os países sul-americanos.

Ao comparecer perante uma comissão do Senado, Timerman destacou que o Reino Unido 'se preparou para utilizar, explorar e beneficiar-se com os recursos naturais renováveis e não renováveis que existem no território das Malvinas', sob domínio britânico e cuja soberania é reivindicada pela Argentina.

Há meses, algumas empresas britânicas do setor do petróleo realizam tarefas de prospecção petrolífera em águas ao redor do arquipélago.

Os resultados dessa busca foram hoje qualificados como 'decepcionantes' pelo ministro de Energia do Reino Unido, Chris Huhne.

No entanto, Timerman disse que as atividades exploratórias, que continuam, não só violam resoluções das Nações Unidas, mas provocam um 'severo risco ambiental' que 'pode criar um caos ecológico' como já 'ocorreu no Golfo do México e no Mar do Norte'.

'Nós e os irmãos do Mercosul (Brasil, Paraguai e Uruguai) seremos as principais vítimas. Por isso, esse também é um tema muito delicado', frisou o chanceler argentino.

Perante a Comissão de Relações Exteriores do Senado, Timerman reiterou que 'a única forma de recuperar a soberania e ter um território integrado é através do direito, da razoabilidade e das negociações'.


Destacou também a unidade de critério na Argentina sobre este tema. 'Não estamos falando de uma facção política, mas em nome do povo argentino e das forças democráticas', salientou.

Em um projeto de declaração, a Comissão de Relações Exteriores do Senado, integrada por legisladores governistas e opositores, repudiou hoje as declarações do primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, que chamou a Argentina de 'colonialista' por reivindicar a soberania das Malvinas.

O documento critica ainda 'a permanente rejeição ao reiterado mandato das Nações Unidas e aos múltiplos chamados da comunidade internacional, instando à Argentina e ao Reino Unido a retomar as negociações'.

O projeto de declaração condena 'todos os atos que impliquem prospecção ou exploração de recursos naturais renováveis e não renováveis em territórios ilegalmente ocupados militarmente por potências estrangeiras, como é o caso específico das Ilhas Malvinas, consideradas em situações de colonização subsistente desde o século 19'.

Por outra parte, o texto agradece a Chile, Uruguai e Brasil 'por suas recentes manifestações reiterando o compromisso assumido' de impedir o ingresso em seus portos de navios identificados com a 'bandeira ilegal' das Malvinas.

Argentina e o Reino Unido se enfrentaram em uma curta, mas sangrenta guerra nas Malvinas em 1982, que terminou em junho daquele ano com a rendição das tropas argentinas que haviam ocupado o arquipélago em abril.

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