Britânicos se preparam para as últimas homenagens a Elizabeth II
Os presidentes dos Estados Unidos, França, Espanha, Suécia, Noruega, Luxemburgo, Mônaco, Bélgica e Holanda e Jair Bolsonaro acompanharão o funeral
AFP
Publicado em 18 de setembro de 2022 às 09h58.
Última atualização em 19 de setembro de 2022 às 06h53.
O adeus definitivo a Elizabeth II se aproxima e milhares de pessoas aguardavam neste domingo para prestar suas homenagens diante do caixão da monarca, enquanto outras já estavam posicionadas no trajeto do cortejo fúnebre, ao mesmo tempo que líderes mundiais desembarcam em Londres para acompanhar o funeral de Estado.
De acordo com os cálculos do governo, os cidadãos devem enfrentar uma fila de 13 horas para chegar ao Westminster Hall.
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Levando em consideração a magnitude da fila e da espera, e que a capela funerária deve fechar às 6h30 (2h30 de Brasília) de segunda-feira, o governo pediu que as pessoas não procurem mais o final da fila "para evitar uma decepção".
Nas próximas horas, o acesso à fila deve ser fechado.
O impacto e o simbolismo da monarca mais longeva da história do país, com um reinado de sete décadas, ficam evidentes com a lista de participantes no funeral, um evento que Londres não registra desde a morte, em 1965, de Winston Churchill, que liderou o país durante a Segunda Guerra Mundial.
Sua nora, a rainha consorte Camilla, destacou que Elizabeth II foi uma "mulher só" em um mundo de homens, em uma mensagem que transmitirá à nação pouco antes do minuto de silêncio que será respeitado às 20H00 (16H00 de Brasília), que teve um trecho divulgado de maneira antecipada.
"Não havia mulheres primeiras-ministras, nem presidentes. Ela era a única, sendo assim penso que forjou seu próprio papel", afirma a esposa do rei Charles III, que nunca esquecerá, segundo suas palavras, os "maravilhosos olhos azuis" da rainha, que faleceu aos 96 anos.
Os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, França, Emmanuel Macron, Brasil, Jair Bolsonaro, assim como os monarcas da Espanha, Suécia, Noruega, Luxemburgo, Mônaco, Bélgica e Holanda, além do imperador japonês Naruhito, acompanharão o funeral de Estado na Abadia de Westminster.
Alguns já estão na capital britânica, como Biden, que desembarcou no sábado à noite com a esposa Jill, e o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau, que se reuniu no sábado com o rei Charles III e outros representantes da Commonwealth.
A quantidade de líderes mundiais e o funeral de modo geral representam um desafio de segurança "maior que os Jogos Olímpicos de 2012", disse o vice-comissário da Scotland Yard, Stuart Cundy.
Os governantes devem comparecer durante a tarde a uma recepção oferecida por Charles III no Palácio de Buckingham.
O evento deve incluir o encontro do rei Felipe VI da Espanha e seu pai, Juan Carlos I, o que não acontece desde que este último se mudou para os Emirados Árabes Unidos em 2020 após a divulgação de que sua fortuna estava sob investigação.
Cortejo acompanhado por um milhão de pessoas
O funeral de segunda-feira começará com o transporte do caixão da rainha, que está no Parlamento britânico, para a Abadia de Westminster.
Às 11H00 (7H00 de Brasília) começará a cerimônia fúnebre, oficiada pelo deão de Westminster, David Hoyle, e com um sermão de Justin Welby, líder espiritual da Igreja Anglicana, da qual o monarca da Inglaterra é o chefe desde o rompimento de Henrique VIII com Roma no século XVI.
Após a cerimônia, o caixão de Elizabeth II será levado em uma montaria, com a participação de militares, pelas ruas de Londres até o Wellington Arch, em Hyde Park Corner, em um cortejo que deve ser observado por um milhão de pessoas.
A partir deste ponto será levado de carro até o o Castelo de Windsor, a 30 quilômetros de distância, onde acontecerão uma nova cerimônia fúnebre, apenas para a família, e o enterro.
Desde sábado, 48 horas antes do cortejo fúnebre, muitas pessoas já estavam posicionadas nas ruas do trajeto.
Este é o caso de Fiona Ogilvie, 54 anos, que serviu na RAF (Força Aéresa Real) e aguardava perto da Abadia.
"Quando você entra para a RAF promete lealdade à rainha e é algo que fica com você", explicou à AFP, antes de elogiar Elizabeth II como "alguém que nunca fugiu a seu dever".
"A noite foi fria, mas vale a pena", disse Carole Budd, uma professora de 65 anos, que também está perto de Westminster.
"Assisti ao funeral de Lady Di quando era adolescente, diante da Abadia de Westminster, e o ambiente era incrível", recordou Magdalena Staples, de 38 anos e acampada na Praça do Parlamento, ao citar a despedida da primeira esposa de Charles III.
A Abadia de Westminster tem capacidade para 2.200 pessoas. Do lado britânico estarão presentes a família real, a primeira-ministra Liz Truss, ex-primeiros-ministros e outras personalidades.
Também estarão na igreja quase 200 pessoas condecoradas pela rainha em junho deste ano, incluindo profissionais da saúde que participaram na resposta à pandemia de covid-19.
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