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Brasil e EUA atacam proposta da França sobre alimento

País insiste num maior controle sobre a especulação no setor agrícola e na criação de uma espécie de estoque mundial de alimentos

Nicolas Sarkozy, presidente da França: proposta foi vista como tentativa para manipular a crise alimentar para defender interesses protecionistas. (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)
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Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2011 às 08h18.

São Pauilo - O Brasil e os Estados Unidos bloqueiam a proposta da França de usar o G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) para regular os preços de produtos agrícolas e criar um estoque mundial de alimentos. Ontem, em Berlim, o grupo reuniu pela primeira vez os negociadores agrícolas do bloco. Mas a proposta do presidente francês Nicolas Sarkozy foi duramente atacada e Paris foi acusada de manipular a crise alimentar para defender seus interesses protecionistas.

Apesar de atacar a ideia, o Brasil aceitou a proposta de ajudar países pobres a refazerem seus estoques e de estabelecer regras para frear a especulação no comércio de commodities, reivindicações também de Paris. A França preside o G-20 neste ano e colocou a questão do preço de alimentos e a volatilidade dos mercados como uma das prioridades. Mas no encontro entre negociadores agrícolas, ontem, ficou evidente o mal-estar causado pela proposta, mostrando os limites de cooperação do G-20.

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Alegando necessidade de controlar a volatilidade dos preços de alimentos, Sarkozy insiste num maior controle sobre a especulação no setor agrícola e, acima de tudo, na criação de uma espécie de estoque mundial de alimentos. Na diplomacia brasileira, a ideia é conhecida como “Conab Mundial” e é vista como uma tentativa perigosa de intervir nos mercados globais, exatamente quando a renda para as exportações brasileiras atinge uma alta recorde.

Para o governo brasileiro, o debate é “legítimo”. Mas não há como estabelecer um controle mundial sobre preços de alimentos, como quer a França. Ontem, o Itamaraty deixou claro que a intervenção criaria ainda mais distorção no mercado agrícola e abriria portas para que países ricos usassem as novas regras para favorecer seus produtores.

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