Brasil e Argentina farão acordo para reatores nucleares
Durante sua primeira viagem ao exterior, presidente Dilma deve negociar o tema com Cristina Kirchner
Da Redação
Publicado em 28 de janeiro de 2011 às 17h40.
Brasília – A presidenta Dilma Rousseff quer que a primeira viagem dela ao exterior, no próximo domingo (30) para a Argentina, seja marcada por uma agenda ampla e complexa de trabalho. Um dos principais compromissos da visita a Buenos Aires será o incremento da parceria entre Brasil e Argentina na área de energia nuclear. As presidentas do Brasil e da Argentina (Cristina Kirchner) devem formalizar a parceria para construção de dois reatores nucleares de pesquisa. A ideia é que cada país construa o próprio reator a partir de projetos comuns.
O subsecretário-geral do Departamento da América do Sul, Central e do Caribe do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Antonio Simões, afirmou que Argentina e Brasil têm propósitos comuns de programas de desenvolvimento nuclear. “A ideia é trabalhar no desenvolvimento pacífico e de acordo com a visão da comunidade internacional”, disse Simões.
Ele afirmou que há ainda um período para aprofundar as discussões sobre a parceria. “O projeto como um todo deve levar cerca de 5 anos para ser concluído”, afirmou o embaixador. “Tudo o que se refere à instalação de energia nuclear, tanto no Brasil como na Argentina, está sujeito [a uma legislação internacional]”, acrescentou ele.
O diplomata ressaltou que o projeto de construção dos dois reatores de pesquisa é objeto de longa negociação. Mas ainda não foram definidos os valores para investimentos compartilhados. Por enquanto, os técnicos analisam a parte de elaboração do convênio.
Na manhã do dia 31, Dilma Rousseff vai se reunir com a presidenta da Argentina, Cristina Kirchner. Depois, haverá um encontro ampliado com a presença de ministros dos dois países e a assinatura protocolar de atos. Antes de retornar ao Brasil, Dilma se reúne com as Mães [Avós] da Praça de Maio, movimento de mulheres que ganhou destaque internacional por causa luta em favor da punição dos envolvidos nos crimes da ditadura militar (1976-1983) e na busca pelos filhos e netos desaparecidos neste período.