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Brahimi expõe proposta de trégua temporária ao governo sírio

Brahimi se reuniu com o titular de Relações Exteriores sírio, Walid Muallem, para analisar 'as circunstâncias objetivas para cessar a violência por qualquer parte'


	Síria: no caso das forças opositoras ao regime, a maioria delas acredita que Damasco não cumprirá um cessar-fogo temporário
 (Tauseef Mustafa/AFP)

Síria: no caso das forças opositoras ao regime, a maioria delas acredita que Damasco não cumprirá um cessar-fogo temporário (Tauseef Mustafa/AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de outubro de 2012 às 15h00.

Damasco - O enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Lakhdar Brahimi, expôs neste sábado sua proposta de trégua temporária para a próxima semana em reunião em Damasco com autoridades sírias, que insistiram que o fim da violência depende de todas as partes.

Brahimi se reuniu com o titular de Relações Exteriores sírio, Walid Muallem, para analisar 'as circunstâncias objetivas para cessar a violência por qualquer parte', segundo um comunicado desse ministério.

O comunicado não se refere de maneira expressa à iniciativa do mediador internacional, que viajou à Síria para tentar que as partes em conflito aceitem um cessar-fogo durante a festividade muçulmana do Eid al-Adha na próxima semana.

Está previsto que a também chamada Festa do Sacrifício comece no próximo dia 26 de outubro, uma ocasião que Brahimi quer aproveitar para dar os primeiros passos rumo a uma solução para a crise síria, que explodiu em março de 2011 e causou mais de 25 mil mortes, segundo números das Nações Unidas.

Sobre essa proposta concreta, o governo sírio - que esta semana se limitou a expressar seu 'compromisso' com as iniciativas dos mediadores internacionais - não antecipou sua postura oficial no comunicado divulgado pela agência oficial de notícias 'Sana'.

Em vez disso, insistiu que a única maneira de solucionar o conflito passa por 'propiciar uma atmosfera para lançar um diálogo mais amplo entre os sírios', que por sua vez esteja 'longe de qualquer forma de intervenção estrangeira'.

Damasco voltou a arremeter contra os que 'prejudicam a missão (de Brahimi) fornecendo armas, acobertando, treinando e financiando os grupos terroristas armados', como denomina os opositores, que segundo sua versão são apoiados por Catar, Arábia Saudita e Turquia.

Nesse sentido, o governo sírio ressaltou que a reunião, que qualificou como 'séria e construtiva', serviu para analisar 'o que se requer do resto das partes' envolvidas no conflito.

Brahimi e Muallem abordaram também o papel humanitário e mediador das Nações Unidas na Síria, assim como a forma como Damasco pode facilitar a missão do enviado especial.


Segundo a 'Sana', o diplomata argelino informou ao titular das Relações Exteriores o resultado de suas conversas durante a viagem que esta semana lhe levou por Jordânia, Líbano, Egito, Iraque, Turquia, Irã e Arábia Saudita.

O encontro com Muallem inscreve-se dentro da visita de vários dias que Brahimi está realizando à Síria e na qual pretende reunir-se com outros membros do governo, da oposição, dos partidos políticos e das organizações civis.

No caso das forças opositoras ao regime, a maioria delas acredita que Damasco não cumprirá um cessar-fogo temporário.

O Conselho de Coordenação Nacional, o principal órgão da oposição interna, já mostrou seu respaldo à iniciativa de Brahimi, mas antecipou que não duvidará em acusar o governo se acontecerem novas violações.

De fato, não é a primeira vez que se expõe uma proposta parecida, já que no último mês de abril fracassou uma tentativa de cessar-fogo dias após sua declaração, entre acusações de ambas partes.

Então o mediador internacional para a Síria era o ex-secretário geral da ONU, Kofi Annan, que renunciou em agosto após ter se esforçado em vão para conseguir a paz no país e que foi substituído no cargo pelo próprio Brahimi.

Longe de diminuir, a violência persiste na Síria com fortes enfrentamentos diários entre as forças governamentais e os insurgentes em várias áreas do país, inclusive Damasco. EFE

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