Cerca de 130 mil elefantes habitam a Botsuana (Kapama River Lodge/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 4 de abril de 2024 às 09h41.
Na terça-feira, o presidente da Botsuana, Mokgweetsi Masisi, ameaçou enviar 20 mil elefantes à Alemanha após um debate acerca de conservação ambiental.
Tudo começou no início do ano, quando o Ministério do Meio Ambiente alemão sugeriu começar a regulamentar a importação de presas de marfim provenientes de elefantes caçados ilegalmente. Inconformado, Masisi declarou que essa decisão culminaria no empobrecimento de seu país.
“É muito fácil sentar-se em Berlim e ter uma opinião sobre os nossos assuntos em Botsuana”, afirmou em entrevista ao veículo alemão Bild. “Estamos pagando o preço da preservação desses animais para o mundo."
Ainda de acordo com o líder botsuanês, devido aos esforços de conservação dos elefantes, o número existente desses animais aumentou muito. Assim, caçá-los ajudaria a manter o equilíbrio ambiental necessário para o funcionamento apropriado do ecossistema.
Além disso, a caça de elefantes funciona como uma fonte de renda para a população. Atualmente, a Botsuana abriga aproximadamente 130 mil espécimes de elefantes.
"Os alemães deveriam conviver com os animais da maneira que nos dizem para fazer. E não estou brincando", disse Masisi ao Bild.
Justamente com a ideia de se desfazer de parte desse contingente de elefantes, a Botsuana recentemente doou 8 mil dos animais à Angola e ofereceu outros cem a Moçambique.
Importante salientar que a Alemanha é o maior importador de presas de marfim e de troféus de caça da União Europeia. Dessa forma, a regulamentação desse tipo de comércio poderia culminar na diminuição drástica da venda de marfins por parte da Botsuana, desincentivando a caça de elefantes e consequentemente evitando uma redução do número de espécimes que habitam o país.